Em Rio Bonito do Iguaçu, famílias ainda tentam assimilar os efeitos do tornado que virou a vida de ponta-cabeça. Entre os moradores que perderam tudo, nossa equipe encontrou Beatriz, grávida de seis meses e mãe de um adolescente. Ela, o marido e o filho agora vivem de favor na casa do irmão, em Cascavel, depois de ver o lar e o sustento destruídos em poucos minutos.
Beatriz carrega no ventre o futuro, mas ainda não tem ideia de como esse amanhã será construído. Moradora de Rio Bonito do Iguaçu, ela viu os planos serem destroçados com a passagem do tornado na última sexta-feira (7). A tragédia atingiu em cheio o bairro onde vivia de aluguel e também a loja de roupas que mantinha há oito anos.
Desde sábado, a família está hospedada na casa do irmão e da cunhada, em Cascavel. O acolhimento veio depois de um dia que, segundo ela, “nunca será esquecido”.
A situação da família de Beatriz é a mesma de aproximadamente outras mil pessoas de Rio Bonito do Iguaçu. Sem ter onde morar após o tornado, muitos seguiram para casas de amigos e parentes em cidades próximas.
A família de Maiara, cunhada de Beatriz, não pensou duas vezes ao abrir as portas. Pelos cômodos da casa, espalham-se roupas e poucos objetos que restaram, lembranças do que sobrou da antiga vida em Rio Bonito.
Nesta terça-feira (11), Beatriz e o marido voltaram à cidade para tentar recolher o que fosse possível. Entre destroços e memórias perdidas, encontraram poucas peças de roupa e documentos parcialmente molhados. Já Guilherme, o filho adolescente, voltou à antiga vizinhança para procurar os amigos.
Perguntar sobre o futuro, neste momento, parece precoce. Mas Guilherme, com olhar esperançoso, diz que gostaria de recomeçar em Cascavel. Enquanto a reconstrução da cidade avança lentamente, histórias como a de Beatriz se repetem em centenas de famílias.