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Homem é preso suspeito de embriagar e abusar filhas de 10 e 14 anos em Londrina

07 nov 2025 às 12:10

Dois homens foram presos em Londrina acusados de estupro de vulnerável, em ações da Polícia Civil realizadas em menos de 24 horas. Os casos, extremamente graves, foram confirmados pela delegada Kelly Brasil, do Nucria (Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes), que aproveitou para reforçar orientações às famílias sobre como identificar sinais de abuso e proteger crianças e adolescentes.


A prisão mais grave envolve um pai de 45 anos, que confessou abusar sexualmente de duas filhas, oferecendo bebida alcoólica para facilitar os crimes. A primeira vítima começou a sofrer violência aos 10 anos, após ser exposta pelo próprio pai a material pornográfico. Os abusos prosseguiram até os 15 anos.


Em setembro de 2025, uma segunda filha, de 14 anos, passou a morar com ele e também relatou ter sido embriagada e abusada. A denúncia partiu da adolescente mais nova, que pediu ajuda na escola. A irmã mais velha, então, confirmou que também era vítima desde a infância.


A segunda prisão ocorreu nesta sexta-feira (7), em cumprimento de mandado condenatório. O homem havia sido sentenciado a 13 anos de prisão por estuprar uma criança de cinco anos em 2019.


A delegada Kelly Brasil explica que a maioria dos casos ocorre dentro de casa e é cometida por alguém que a criança conhece, confia e convive diariamente — pai, padrasto, tio ou avô.


Por isso, crianças e adolescentes:


  • não entendem que estão sendo abusadas,

  • sofrem manipulação emocional,

  • têm medo de desagradar a família,

  • sentem vergonha e culpa,

  • temem não serem acreditadas.


Muitas vítimas só conseguem relatar o crime anos depois, quando passam a compreender a violência sofrida.

Como identificar sinais de abuso


A orientação da Polícia Civil é que pais, responsáveis e professores permaneçam atentos a comportamentos como:


  • mudanças bruscas de humor;

  • ansiedade, tristeza ou isolamento;

  • medo de ficar sozinha com determinada pessoa;

  • queda repentina no rendimento escolar;

  • regressão de comportamentos (como voltar a fazer xixi na cama);

  • hematomas, dores ou queixas físicas sem explicação;

  • uso de roupas inadequadas para esconder o corpo.

A delegada faz um apelo direto às famílias:


“Se notar um comportamento estranho, ampare e converse com seu filho. Pergunte se está tudo bem, o que está acontecendo. O silêncio é o maior aliado do abusador.”


Onde denunciar


A denúncia pode ser anônima e deve ser feita sempre que houver qualquer suspeita:

  • Disque 100 (canal nacional de direitos humanos)

  • 190 (Polícia Militar)

  • 197 (Polícia Civil)

  • Conselhos Tutelares de cada região


Em Londrina, o Nucria segue fazendo o atendimento especializado a vítimas e familiares.