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Homem que matou vizinho por cima de muro em Apucarana é condenado a 19 anos de prisão

06 nov 2025 às 15:46

Após 12 horas de julgamento, o Tribunal do Júri de Apucarana, no Norte do Paraná, condenou nesta quarta-feira (5) o empresário Agnaldo da Silva Orosco, 42, a 19 anos e 3 meses de prisão em regime fechado pelo assassinato de Bruno Emídio da Silva Júnior, de 33 anos. O crime ocorreu em 9 de março de 2024 no Distrito do Pirapó, em Apucarana, e gerou repercussão nacional. A vítima foi morta com um tiro no rosto ao olhar por cima do muro para a residência do réu. Bruno estava na casa vizinha participando de uma confraternização. O crime foi gravado em câmeras de monitoramento da residência.


O julgamento foi realizado, no Fórum Desembargador Clotário Portugal. Durante o júri, o Ministério Público (MP) sustentou a tese de homicídio doloso duplamente qualificado, por motivo fútil e por recurso que impossibilita a defesa da vítima.


O promotor de Justiça Eduardo Cabrini considerou a sentença justa diante das provas apresentadas. “É uma resposta condizente à prática do crime bárbaro que aconteceu no Distrito do Pirapó”,afirmou.


Cabrini ressaltou que a decisão do júri foi baseada em provas sólidas. “Cabe recurso por parte da defesa, mas para anular um júri, a decisão teria que ser manifestamente contrária às provas dos autos. E não é o caso. O processo está recheado de provas, e tenho plena convicção de que, ainda que haja recurso, a decisão será mantida”, afirmou o promotor.


A família de Bruno acompanhou o júri. Vestindo camisetas estampadas com o rosto do filho, Marisa e Bruno Silva afirmaram que sentiram que a justiça foi feita com a condenação do réu. "Nada vai trazer o Bruninho de volta, mas foi muito satisfatório. Pelo menos tirou a máscara da mentira do assassino, da família, dizendo que era o Bruno que era culpado de tudo. O Bruno não era culpado de nada e culpado é quem mata. Foi ele quem matou", afirmou a mãe Marisa Silva.


Segundo ela, a condenação traz um certo alívio para a família. "A gente tem um pouco mais de acalento. Que ele pegasse 50 anos ou prisão perpétua, não resolveria, porque não vai trazer meu filho de volta. Mas, graças a Deus, deu um acalento de sensação de justiça feita", pontua.


Segundo Marisa, ela espera que o empresário condenado reflita sobre o crime. "Em nome de Jesus, ele vai pagar, que ele reflita bem no que ele fez, para que não haja outras mães como nós e pais sofrendo, como a gente está sofrendo", disse.


Ainda, de acordo com a mãe, acompanhar todo o julgamento foi muito difícil, porque a família reviveu todo o ocorrido.


"Foi um martírio, uma tortura, foi muito doído e muito angustiante, mas no final é um pouco do que a gente esperava da lei", frisou.


O pai da vítima, Bruno Silva, afirmou que a perda do filho jamais será superada e que está satisfeito com a sentença, mas acredita também na justiça de Deus. "A gente está um pouco aliviado com a justiça aqui do homem, mas eu creio mais na justiça de Deus", frisou.


A defesa do réu alegou, durante o júri, que o acusado não tinha a intenção de matar a vítima e apresentou a tese de legítima defesa putativa, que ocorre quando alguém, ao se imaginar em situação de legítima defesa, reage a esta suposta agressão injusta. Os advogados não deram entrevista ao final do julgamento.


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