A professora Roberta Galdino Chiromatzo procurou o Ministério Público para denunciar os ataques de cães pertencentes a indígenas que vivem no Centro Kaingang, instalado às margens do Rio Cambezinho, entre as Avenidas Duque de Caxias e Dez de Dezembro, no Jardim Arpoador, zona sul de Londrina.
Muito abalada, Roberta apresentou vídeos que registram ataques violentos contra seus dois gatos de estimação. No primeiro, gravado em setembro de 2024, o gato branco chamado Naruto tenta entrar em casa, mas é impedido. Cães avançam contra o animal, que acaba morrendo em decorrência dos ferimentos.
Exatamente um ano depois, na manhã da última terça-feira (09), uma nova gravação mostra o gato preto, chamado Fred, sendo violentamente atacado por uma matilha. O animal foi levado em estado grave ao Hospital Veterinário da Universidade Estadual de Londrina (UEL), onde permanece internado. De acordo com os veterinários, caso sobreviva, Fred deverá ficar paraplégico.
Segundo Roberta, ela já havia pedido providências ao cacique responsável pela comunidade indígena e também à Funai, mas não obteve respostas ou medidas efetivas. Cansada da omissão, decidiu recorrer à Justiça diante do novo episódio: "Não tinha mais para onde recorrer. Vim ao Ministério Público para pedir que olhem por esses animais que estão soltos. Fiz uma denúncia à Funai no ano passado e não recebi resposta. Retornei lá hoje e fiz um novo pedido. É um gato agora, mas e no dia em que for uma criança? O que vai acontecer?". questionou Roberta.
A professora e seus familiares afirmam viver com medo e sofrimento, especialmente após os ataques e a perda de seus animais de estimação. Roberta também relatou preocupação com outros animais e aves pertencentes ao grupo indígena, como galos e galinhas, que circulam livremente pela vizinhança.
Emocionada, ela relatou ainda que presenciou o momento do segundo ataque, ao olhar pela janela e ver Fred sendo atacado no portão. Entre o início do ataque e o socorro ao animal, se passaram menos de um minuto. Roberta explicou que o gato, por ser muito jovem, achou uma brecha na grade da casa e conseguiu sair. Após o ocorrido, ela afirmou que mandou reforçar e substituir toda a tela da residência para evitar novos incidentes.
Ela também destacou que os tutores devem ser responsabilizados pelos seus animais. Segundo Roberta, no primeiro caso, o de Naruto, ela considerou um acidente isolado. No entanto, com a repetição do episódio, ela não acredita mais que se trate de um acidente.
Roberta agora espera que providências urgentes sejam tomadas, não apenas em relação aos cães, mas também ao controle dos demais animais que representam riscos à segurança da vizinhança.