Cidade

Projeto incentiva o combate à violência contra a mulher em Cascavel

27 ago 2024 às 12:35

"Você é louca. Eu te bato porque você me provoca. Se você me deixar, eu te mato. Ela mereceu."


Forte, não é? Mas essas frases, infelizmente, ainda fazem parte da realidade de muitas mulheres, que sofrem diante de diferentes tipos de violência. Como forma de transformar a cultura que normaliza esses comportamentos nasceu o “Papo de Macho: Homem de verdade respeita”.


A iniciativa que envolve a primeira-dama Fabíola Paranhos, diferentes Promotorias de Justiça, OAB e outras entidades públicas e privadas levará homens, entre eles promotores de justiça, para falar com outros homens; nas empresas e também em órgãos públicos. Uma conversa de macho para macho abordando todos os tipos de violência: física, psicológica, patrimonial, sexual e moral.


Diante de dados crescentes, a cidade ganhou em abril deste ano a Patrulha Maria Penha na Polícia Militar, que já efetivou 243 prisões de crimes de violência contra a mulher. Uma das ferramentas utilizadas é o botão do pânico, que pode ter salvado uma vida neste fim de semana, já que foi acionado por uma mulher que estava sendo agredida pelo companheiro.


A Guarda Municipal já conta com uma patrulha especializada há 6 anos. 1400 mulheres têm medida protetiva em Cascavel e são acompanhadas pelas equipes. No ano passado, foram pouco mais de 300 atendimentos; neste ano, esse dado já passa de 600. O atendimento nas áreas rurais é o mais complexo, pela dificuldade de comunicação da vítima, mas, recentemente, uma vítima pode ser socorrida com a ajuda de um vizinho.


E essas situações deságuam no poder judiciário. Há mais de um mês, as audiências do único Juizado que existia estavam sendo agendadas para 2027 e até 2028 devido ao alto volume de processos. Há 30 dias, o segundo juizado de violência doméstica entrou em funcionamento, mas já começou abarrotado de trabalho.


O Papo de Macho pretende envolver a sociedade para frear esse volume de ocorrências e processos, destruindo uma cultura que torna a mulher uma vítima de diferentes formas.