A reunião que está sendo realizada na Câmara Municipal de Cascavel na noite dessa quinta-feira (10) discute políticas públicas para pessoas com altas habilidades.
Damião, neuropsicólogo e superdotado, explicou por que decidiu se aprofundar nessa área:
"Eu sei o que sofri na infância. As pessoas romantizam a genialidade, a loucura, e acham que se aprende muito fácil, mas minha vida não foi fácil nos anos 90, porque não se sabia do que se tratava. Eu pesquiso e trabalho com isso há 25 anos, e a ideia desse evento é fundamental para falar com essa população, que é o maior público de educação especial do Brasil, com cerca de 5 milhões de superdotados. Porém, apenas 45 mil são cadastrados, ou seja, há uma subnotificação importante, que impacta os cofres públicos. Muitas vezes, superdotação é confundida com autismo e TDAH, que podem ocorrer juntos, mas o ideal é que a gente consiga distinguir para entender como atender de fato."
Damião veio de São Paulo para participar da reunião a convite das mães de superdotados de Cascavel.
O vereador Everton Guimarães, que propôs a reunião, destacou que as mães o procuraram e mencionou ter um sobrinho com dupla excepcionalidade: "Às vezes, aquilo que é visto como privilégio e que não recebe a atenção devida pode se tornar um fardo, e isso não é bem trabalhado, principalmente na rede de educação."
O vereador defende políticas públicas que valorizem melhor as habilidades dos superdotados, especialmente nos contraturnos escolares. Everton também declarou ser portador de TDAH.
O que é um superdotado?
Uma pessoa superdotada é aquela que possui habilidades ou potencial intelectual acima da média para sua faixa etária. Isso pode incluir capacidades excepcionais em áreas como raciocínio lógico, criatividade, memória, aprendizado rápido, habilidades artísticas, esportivas ou sociais.
Superdotação não significa apenas "ser muito inteligente" em um sentido acadêmico, mas também pode envolver talentos especiais em diversas áreas. Além disso, superdotados podem apresentar dupla excepcionalidade, quando possuem, ao mesmo tempo, altas habilidades e algum transtorno, como TDAH ou transtorno do espectro autista.
Identificar e atender as necessidades dos superdotados é importante para que eles possam desenvolver seu potencial pleno, recebendo o suporte adequado tanto na escola quanto na vida social.