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Simepar confirma três tornados no Paraná; especialistas associam fenômenos às mudanças climáticas

10 nov 2025 às 12:42

O Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) confirmou, após análises técnicas, que três tornados atingiram o Estado entre sexta-feira (7) e sábado (8). Além de Rio Bonito do Iguaçu, cidades de Guarapuava e Turvo também registraram a passagem do fenômeno e, segundo o órgão, a velocidade dos ventos foi ainda maior do que se estimava inicialmente. O número de tornados pode aumentar à medida que novas análises meteorológicas forem concluídas.


De acordo com o Simepar, a confirmação ocorreu após o cruzamento de dados de radares, imagens de satélite, estações meteorológicas e registros de campo feitos por especialistas. O levantamento indicou padrões típicos de formação de supercélulas, sistemas convectivos de alta energia capazes de gerar ventos acima de 250 km/h, como o que devastou Rio Bonito do Iguaçu, deixando seis mortos e centenas de feridos.


Um tornado surge durante uma tempestade de grande porte, conhecida como supercélula. O fenômeno ocorre quando há o encontro de massas de ar com temperaturas e densidades diferentes: uma massa quente, leve e úmida sobe, enquanto outra fria, seca e mais pesada desce.


Esse choque térmico cria correntes verticais de vento que, sob determinadas condições, passam a girar em formato de funil. Quando essa rotação toca o solo, forma-se o tornado, capaz de sugar e destruir tudo o que estiver no caminho.


Os efeitos são devastadores: arrancam telhados, derrubam árvores e arrastam veículos, como foi registrado nas imagens aéreas de Rio Bonito do Iguaçu, que ficou praticamente destruída após o fenômeno.


Pesquisas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) apontam que o Brasil está entre os países com maior número de registros de tornados no mundo, e a região Sul é a mais propensa à ocorrência desses fenômenos. Segundo os especialistas, a combinação de clima subtropical, alta umidade e frentes frias intensas cria o cenário ideal para formações de tempestades severas.


Enquanto o evento climático extremo devastava o interior do Paraná, líderes mundiais se reuniam em Belém, no Pará, para discutir estratégias de contenção do aquecimento global