O presidente da Voepass, José Luiz Felício foi ouvido ontem pela Comissão Externa da Câmara sobre o acidente aéreo que matou 62 pessoas no dia 09 de agosto. O executivo admitiu a possibilidade de que uma falha possa ter ocorrido.
A Comissão da Câmara faz uma investigação paralela sobre o acidente. Nas declarações, o presidente da Voepass, José Luis Felício Filho, falou sobre o contrato para operações da empresa no Aeroporto de Cascavel. As explicações se deram após denúncias apresentadas ao Ministério Público de que a empresa operou na cidade três meses sem contrato.
Ele também falou sobre a mudança de toda a direção da Voepass após o acidente aéreo em Vinhedo. O relator da Comissão, deputado federal cascavelense, Nelsinho Padovani, questionou o presidente da companhia sobre o funcionamento do sistema antigelo e sobre denúncias de ex-funcionários sobre as más condições das aeronaves da companhia aérea.
No relatório preliminar, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) apontou que os pilotos citaram problemas no sistema no início do voo, mas destacaram que a tripulação não declarou emergência. O relatório confirma que o piloto do ATR da Voepass não declarou emergência para a torre de controle para fazer um pouso alternativo por causa da formação severa de gelo na asa da aeronave.
De acordo com Felício Filho, o avião tinha combustível suficiente para voar de Cascavel até Guarulhos a 10 mil pés, ou seja, voando mais baixo e gastando mais combustível para evitar formações de gelo.
Os membros da Comissão vão fazer uma visita à sede das oficinas da empresa aérea, em Ribeirão Preto. A ideia é verificar as condições de manutenção dos aviões e propor legislações mais efetivas para a segurança da aviação civil.
O relatório final do Cenipa não tem prazo para ser divulgado, mas deve ser concluído em um ano. Os relatórios do Cenipa não apontam culpados, mas o conjunto de fatores que levaram ao acidente. A partir disso, são emitidas recomendações e determinações para melhorar procedimentos, o projeto da aeronave, ou outros aspectos técnicos.
A Polícia Federal também apura as razões do acidente. Nesse caso, há sim a possibilidade de se apontar culpados e diligências. O acidente que aconteceu no dia 09 de agosto, com a aeronave, que saiu de Cascavel, iria para Guarulhos e caiu em Vinhedo, SP, não deixou sobreviventes. O ATR-72 tinha 57 passageiros e 4 tripulantes a bordo.