Entre arrependimentos, sonhos e recomeços, mulheres que cumprem pena na Penitenciária Feminina de Corbélia tentam reconstruir suas vidas atrás das grades. A equipe da Tarobá teve acesso à unidade e conheceu de perto a rotina, os desafios e as histórias dessas detentas, revelando um lado pouco conhecido do sistema prisional e a luta por uma segunda chance.
Uma das presas cumpre 25 anos de pena por tentativa de duplo homicídio contra os ex-sogros, após descobrir que a filha havia sido abusada pelo próprio pai. Longe dos filhos, ela enfrenta a saudade e se dedica ao trabalho na prisão, produzindo peças de artesanato que ajudam no sustento da família e na redução da pena.
Outra detenta foi presa em uma megaoperação policial e está há cinco meses na penitenciária. Ela nega envolvimento com o crime organizado e afirma que a rotina mudou completamente. Durante o período de detenção, descobriu uma gravidez de alto risco, o que transformou ainda mais sua realidade.
Há também quem admita a participação nos crimes, como uma apenada que diz ter sido influenciada pelo ex-namorado. Para ela, o tempo na prisão tem sido uma oportunidade de reflexão e amadurecimento.
Dentro da penitenciária, a leitura e o trabalho são as principais ferramentas de transformação. Além de reduzir o tempo de pena, ajudam a lidar com a ansiedade e dão novo propósito às presas. A rotina começa cedo, por volta das 6h30, com cada uma desempenhando funções específicas na limpeza, cozinha ou no artesanato.
Segundo os policiais penais, o trabalho de ressocialização é diário. O objetivo é mostrar que, mesmo com os erros do passado, é possível recomeçar e voltar à sociedade com novas perspectivas.