Há exatamente uma semana, os olhos do Brasil se voltaram para o Paraná, mais precisamente para Rio Bonito do Iguaçu. Um tornado com ventos que ultrapassaram 300 km/h devastou a cidade, deixando um cenário de destruição quase total. Mas, desde então, o que se vê é uma força-tarefa impressionante para reconstrução: mobilização de voluntários, envio de doações, aprovação de leis emergenciais e liberação rápida de verbas. Olhar hoje para o que já foi feito dá a sensação de que muito mais do que sete dias se passaram.
Rio Bonito do Iguaçu ficou dividida entre os destroços e os primeiros sinais de reconstrução. Imagens mostram casas com telhados refeitos ao lado de ruínas deixadas pelo fenômeno climático que atingiu cerca de 90% do município. Do alto, ainda é possível ver claramente o rastro deixado pelo tornado, enquanto as ruas passam por intensas frentes de limpeza.
Serviços de telefonia, internet e água já foram restabelecidos. A energia elétrica voltou parcialmente, mas muitos postes continuam com fiação rompida. A previsão do Governo do Paraná é iniciar a construção de novas casas ainda neste fim de semana, um auxílio muito aguardado pelas famílias afetadas.
Dona Lourdes, como tantos moradores, ainda tem vivas na memória as cenas daquele dia. A casa onde vive permanece coberta por lona improvisada. Assim como ela, diversas famílias optam por permanecer em suas residências, mesmo danificadas, enquanto aguardam a chegada de materiais doados que estão sendo distribuídos pela prefeitura.
Ao redor da Paróquia Santo Antônio de Pádua, um centro de apoio recebe moradores para cadastramento e retirada de doações. A organização desse trabalho é reforçada pela presença de voluntários, que devem chegar a cerca de mil pessoas neste fim de semana. Uma reunião entre autoridades e representantes de grupos voluntários definiu estratégias para otimizar a distribuição da mão de obra.
Entre os voluntários, há grupos vindos de longe, inclusive do Rio Grande do Sul, estado que também enfrentou tragédias climáticas recentes. Pelas ruas, a destruição ainda fala por si: veículos esmagados, estruturas retorcidas e casas irreconhecíveis. Lucas, por exemplo, viu sua garagem desabar sobre o carro, totalmente destruído.
Sete dias depois, o sentimento que domina a cidade é o mesmo: tentar assimilar o que aconteceu e, pouco a pouco, começar tudo outra vez. Rio Bonito do Iguaçu segue firme na reconstrução, e não está sozinha.