Produtores
de mel da região de Londrina e outras cidades do Paraná, estão apreensivos com
o uso de um tipo agrotóxico proibido no país e que tem provocado a morte de
milhões de abelhas.
Em vídeos gravados por um apicultor é possível ver que a melgueira – lugar onde se forma a colmeia - onde devia estar cheio de mel, virou um cemitério de abelhas. As imagens também mostram o chão forrado de abelhas mortas. Diversos casos formam registrados no estado.
A propriedade do Miguel Celestino, que trabalha com abelhas há mais de 20 anos, não foi atingida, mas ele conta que na região de Londrina, pelo menos dois colegas perderam toda a colmeia nos últimos meses. “Tinha uma lavoura do lado. Passaram o veneno em hora errada também, e atingiu todas as abelhas dele”, contou o trabalhador.
A alta mortandade
das abelhas no Paraná levou a Polícia Científica a investigar os casos. Após
meses de estudos, foi identificado inseticida fipronil nas abelhas mortas. Este
é um agrotóxico utilizado na agricultura, mas que foi proibido no Brasil no ano
passado. “O veneno é muito tóxico pra esses tipo de animais. Ele já está
proibido no Brasil desde o final do ano passado”, explicou a perita criminal Isabella.
A Polícia
Científica contou com apoio da Universidade Federal do Paraná para concluir a
pesquisa. Foi identificado que o fipronil compromete a orientação olfativa e os
movimentos das abelhas, o que pode levar à morte dos insetos em até oito dias.
Miguel
recomenda que os apicultores e agricultores sejam parceiros e conversem entre
si, para evitar que esse tipo de problema não ocorra. “A Embrapa desenvolveu
uma pesquisa onde diz que abelha e lavoura precisam uma da outra. Temos que ter
parceria.”