Os canais dos influenciadores londrinenses João Caetano e Táspio foram suspensos pelo YouTube nesta quarta-feira (20). Juntos, eles somam mais de 21 milhões de inscritos na plataforma e são populares entre o público infantil e adolescente.
João Caetano possui mais de 14 milhões de seguidores, enquanto Táspio tem cerca de 7 milhões. Ambos afirmaram ter sido surpreendidos pela decisão da plataforma, que teria ocorrido sem aviso prévio.
A suspensão ocorre cerca de uma semana após uma reportagem do portal The Intercept Brasil colocar os influenciadores em evidência. A matéria denunciava que youtubers teriam interrompido aulas em uma escola pública, expondo estudantes e lucrando com os vídeos publicados. No entanto, até o momento, não há confirmação de que a remoção dos canais tenha relação com o conteúdo da reportagem.
Em junho, o Ministério Público de Londrina obteve uma liminar que proíbe a participação de menores em vídeos sem autorização judicial. Ainda assim, não há informações oficiais que liguem a suspensão das contas à nova regra do MP.
A decisão do YouTube também ocorre após a repercussão de um vídeo do influenciador londrinense Felca, que abordou o tema da “adultização” de crianças nas redes sociais.
A assessoria jurídica dos influenciadores João Caetano, Táspio, Pati Caetano e Dedé divulgou nota afirmando que a suspensão foi realizada de forma arbitrária:
"A assessoria jurídica dos influenciadores Táspio, João Caetano, Pati Caetano e Dedé esclarece que o procedimento adotado pelo YouTube foi completamente em desacordo com a lei, uma vez que não oportunizou aos influenciadores o direito de resposta. Ao contrário, a plataforma não apontou qualquer violação específica às suas diretrizes, limitando-se a comunicações genéricas.
Ressalta-se que não houve qualquer notificação prévia, tampouco aplicação de strike, e que os canais foram removidos diretamente da plataforma, sem a observância do devido processo legal e da ampla defesa. Foram interpostos recursos administrativos, mas até o presente momento não houve qualquer análise por parte do YouTube.
Não é possível afirmar que a remoção esteja relacionada à repercussão do vídeo “Adultização”. Ao que tudo indica, não há relação com esse contexto, uma vez que o conteúdo dos influenciadores é estritamente compatível com as normas estabelecidas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, apresentando caráter leve, lúdico e responsável.
Esclarecemos, ainda, que os influenciadores estão pleiteando autorizações judiciais junto à Vara da Infância e Juventude, já em fase de finalização, inclusive com manifestação favorável do Ministério Público à concessão do alvará.
As normas previstas no ECA são integralmente observadas. As produções sempre priorizam o melhor interesse das crianças e adolescentes, que contam com contratos formalizados em nome de seus responsáveis legais, os quais administram os valores decorrentes da atividade artística. Além disso, todos os menores foram submetidos a acompanhamento psicológico, cujas profissionais atestaram que não há qualquer prejuízo, sendo as atividades de gravação, ao contrário, benéficas ao desenvolvimento das crianças.
Os influenciadores seguem tranquilos, convictos de que reverterão a injustiça cometida e agradecem todo o apoio e carinho dos fãs, que tem sido muito importante nesse momento.
Por fim, a assessoria jurídica informa que tomará todas as medidas legais cabíveis para reverter a suspensão arbitrária e unilateral imposta pela plataforma."