Cotidiano

Crianças vítimas de violência tem menos possibilidades de pedir socorro na pandemia

18 mai 2021 às 21:23

Quando o agressor tá tão perto que não há como fugir, a única opção é contar com a sensibilidade de quem pode observar. A maioria das violências cometidas contra crianças e adolescentes são dentro de casa....

O Hospital Pequeno Príncipe é referência no Paraná no atendimento infantil. Em 2020, a instituição registrou 554 atendimentos a vítimas de violência; desses, 82% foram cometidos por um familiar. O número de atendimentos no ano passado foi menor do que em 2019, a diminuição foi de 20% por conta da pandemia, já que muitas vezes as crianças não tiveram como pedir socorro.

Dos atendimentos realizados, a maioria das vítimas é menina: 67,5% do total. A violência sexual é a predominante, com 65%. Em 78,5% dos atendimentos, as crianças e adolescentes foram levados pela mãe até o Hospital.

Quando há uma desconfiança - que pode partir de amigos da família, de vizinhos, de professores ou cuidadores - de qualquer pessoa que perceba algo diferente no comportamento da criança, a denúncia deve ser feita.

Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, que mantém o Disque 100, mostram que só em 2020 foram mais de 95 mil denúncias de maus-tratos, são 11 denúncias em média por hora. As queixas são as mais diversas: tortura, agressões físicas e psicológicas, e negligência. Tudo isso deixa marcas pra toda vida...

Em tempos onde nos forçamos a abraçar menos, o que precisamos - cada vez mais - é de respeito, carinho e amor. Somos diretamente responsáveis pelos adultos do futuro.

Texto: Giulianne Kuiava