Economia

Maranhão propõe fundo criado por empresas poluidoras de países ricos

14 nov 2025 às 10:48

O governador do Maranhão, Carlos Brandão, defendeu a criação de um fundo internacional para que grandes empresas poluidoras possam financiar projetos de sustentabilidade em países e regiões menos desenvolvidas. A proposta foi apresentada durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, com foco no financiamento ambiental.


Segundo Brandão, as indústrias poluidoras devem destinar parte do faturamento para um fundo de preservação do meio ambiente, aplicável em projetos existentes ou novas iniciativas. “São bilionários, donos de petróleo, poluem o mundo e não contribuem, mas cobram que países pobres preservem o meio ambiente com recursos próprios”, afirmou.


Na COP30, Brandão também apresentou a criação da primeira universidade indígena do Brasil, que será instalada na Terra Indígena Araribóia, em Amarante (MA). O projeto, desenvolvido em parceria com o Instituto Tukán, a Universidade Estadual do Maranhão e o Ministério dos Povos Indígenas, visa criar cursos que preservem saberes indígenas e integrar comunidades de todo o país.


Além disso, o governador firmou acordo de US$ 100 milhões com a empresa suíça Mercúria para financiar projetos de recuperação de áreas degradadas no estado. A iniciativa inclui distribuição de mudas de juçara, criação de parques ecológicos e ações de prevenção de queimadas. Entre 2022 e 2025, quase 18.500 títulos de propriedade foram entregues, beneficiando famílias e comunidades quilombolas.


O Maranhão também receberá cerca de R$ 15 milhões do projeto “Regularização Ambiental e Governança Fundiária”, financiado pelo Fundo Brasil ONU, governo do Canadá e apoio da ONU Brasil, com execução prevista até 2026. Dados do Inpe indicam que o estado ocupou a segunda posição nacional em queimadas em 2025.