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"Chegava em casa e me trancava no quarto", comenta Yuri Alberto sobre má fase de 2023

27 dez 2024 às 09:44

Yuri Alberto chegou ao Corinthians em 2022 e demorou a cair nas graças da torcida. Em 2023, oscilou, passou longos períodos sem balançar as redes e passou a enfrentar desconfiança. No entanto, embalou: em 2024, foi um dos artilheiros do Campeonato Brasileiro, anotando 15 gols.


Se hoje vive um bom momento, Yuri Alberto sabe que nem sempre por assim. E mais ainda: que sucumbiu à pressão e à responsabilidade.


“Quando eu cheguei, jogavam eu o Roger Guedes. Tinha um equilíbrio ali de responsabilidades, sabe? Eu tinha com quem dividir a responsabilidade. A partir do meio do ano (de 2023), que ele foi embora e eu comecei a assumir esse papel de centroavante mesmo, e aí o momento já não foi ficando tão bom, já não estava tão bacana... Aí começou a sobrecarregar bastante. Aí a pressão era toda minha”, reconheceu, em entrevista a Renata Fan no Jogo Aberto.


Na época, Yuri Alberto sofreu.


“Era muito ruim. Chegava em casa e me trancava no quarto. ‘Por quê?’, ‘por quê’, ‘no próximo’... Junto do meu estafe, pessoal que me ajuda na análise (projetava): ‘Em tal partida vai ser diferente’. Aí jogava essa tal partida e não era, não mudava, não passava. O tempo não passava. Nossa, era agoniante.”


Yuri reconheceu que tentou evitar tudo que podia: TV, rádios, jornais. Mas em tempos de smartphones, memes e redes sociais, o bloqueio às vezes vazava.


“Mesmo você não querendo ver, é difícil. Uma hora ou outra, chega, alguém te manda, não sei o que acontece e alguém te mostra. Eu tentava me privar de tudo, de não mexer no celular, mas lá em casa mesmo eu descia (para a sala) e estava passando alguma coisa, eu já voltava para o quarto de novo. Tudo que era de futebol, eu já subia para o quarto. Até assistir ao programa de vocês que eu adoro, a sua resenha com o Denílson, com o Ronaldo... Eu adoro”, afirmou.


De volta aos melhores momentos, Yuri Alberto vive uma relação melhor com a torcida. Agora, permite-se sonhar com a Seleção Brasileira, depois de ter sido convocado no começo de 2023 – na ocasião, chegou a entrar em campo em amistoso contra o Marrocos. Uma situação melhor do que a viveu no Zenit (Rússia em 2022).


“Lá estava muito frio quando a gente chegou. Cheguei a jogar um jogo lá que estava -17. Não sei nem como é que eu joguei, não sei nem como eu consegui terminar esse jogo. Mas foi muito bacana, foram muito especiais esses quatro meses que eu passei lá. E a gente sabia que era uma grande oportunidade. Quando eu cheguei, minha estreia foi na Liga Europa contra o Real Bétis, então foi muito especial. A gente sabia que o projeto lá era maneiro, já estava classificado para a Liga dos Campeões”, disse.


“Infelizmente, por tudo que aconteceu lá (em relação à guerra com a Ucrânia), saiu de todas as competições europeias, e eu queria muito ser convocado para a Seleção, sabia que eu estava em um momento muito especial - quando eu comecei no Inter já e quando fui para lá. Graças a Deus, quando voltei para cá, fiz um meio e um fim de temporada muito bom. E aí eu mudei a ideia do Corinthians: faltavam seis meses para vencer o empréstimo, eles já foram e adiantaram a compra (no começo de 2023). Graças a Deus, três meses depois, eu fui convocado para a Seleção, que era um sonho meu que se tornou realidade. Eu creio que, em nome de Jesus, um dia eu vou voltar.”