Leandro Totti não é londrinense, como muitos pensam, mas nasceu bem perto: em Ibiporã, cidade localizada a apenas 15 km de Londrina.
"O Marvado", apelido que ganhou nas pistas, começou na realidade como mecânico de seu velho companheiro, Ernesto Pívaro. Este, que tinha um apelido tão curioso quanto o de Totti: "Gardenal", como era conhecido pelas loucuras nas pistas. Gardenal tinha uma equipe que inicialmente corria com Fuscas, mas que depois migrou para os famosos caminhões da Fórmula Truck.
Infelizmente, foi uma tragédia que possibilitou a ascensão de Totti nas pistas. Ernesto, o Gardenal, sofreu um grave acidente no Autódromo Internacional Ayrton Senna, em Londrina. O dia era 25 de outubro de 2002, quando ele foi testar um Gol de corrida de um amigo que disputaria uma etapa da Copa Econorte / Campeonato Metropolitano — categorias de "speed fuscas" e Marcas. Porém, a chuva fina na pista se mostrou traiçoeira e, em uma das curvas, ele perdeu o controle e se chocou violentamente contra o muro.
Gardenal sofreu traumatismo craniano e contusões no tórax. Inicialmente, seu estado era grave, e os médicos nem sabiam dizer se ele sobreviveria. Após 25 dias internado, sendo 17 em coma, ele recebeu alta — ainda com dificuldades para comer e andar — mas se recuperou bem. No entanto, teve que abandonar o automobilismo.
Foi aí que surgiu a grande chance de Totti. Na época, ele era chefe da equipe de Ernesto. Antes piloto e dono da equipe, Gardenal confiou ao amigo a missão de substituí-lo. Ocorreu uma inversão: Totti virou piloto e Gardenal, chefe de equipe. A partir daí começou a trajetória de um dos maiores pilotos de caminhões de corrida do país.
Totti já tinha uma vasta experiência como mecânico e chefe de equipe, além de testar carros e caminhões. Inclusive, era ele quem testava os caminhões de Gardenal, que não tinha tempo para isso devido a suas empresas. Mas, em competições, só havia corrido de kart quando criança. Em 2003, retornou às pistas pilotando um caminhão e garante: ele faz o mesmo traçado que fazia com o Fusca de corrida.
“O traçado que a gente faz é o mesmo. Eu coloco o caminhão no mesmo lugar onde o Fusca vai. É diferente por conta do peso, mas o traçado é igual.” — destaca o piloto de Ibiporã, hoje londrinense de coração.
A agressividade de Totti ao volante logo começou a render frutos. Ele venceu sua primeira corrida pela Fórmula Truck em 2004, na etapa de Campo Grande. Em 2005, mais uma vitória, dessa vez no maior templo do automobilismo nacional, Interlagos. Em 2006, triunfou logo na primeira etapa, em Caruaru, Pernambuco.
Pouco a pouco, o “Marvado” foi ganhando espaço. No campeonato de 2007, terminou em quarto lugar. Mas foi em 2012 que finalmente atingiu a glória: Totti foi campeão da Fórmula Truck, após nove anos como piloto da categoria — iniciando ali seu auge.
Na temporada de 2013, foi vice-campeão, perdendo o título para Beto Monteiro. Em 2014, voltou a conquistar o campeonato da maior competição de caminhões de corrida do Brasil à época. Mas foi em 2015 que Totti viveu seu momento mais marcante: conquistou o tricampeonato em sua casa, no Autódromo Internacional de Londrina — embora, curiosamente, a vitória na pista ainda não tenha vindo.
Mesmo com o título conquistado em Londrina, Totti buscava sua primeira vitória no autódromo. Com a decadência da Fórmula Truck, que enfrentava sérias dificuldades financeiras após a morte de seu fundador, Totti migrou para a Copa Truck em 2017 — que rapidamente se tornou a principal categoria dos caminhões de corrida.
A expectativa, agora, é que a tão sonhada vitória em casa finalmente venha.
“Nós estamos com um caminhão muito bom esse ano. A gente sabe que, para vencer, tem muita coisa envolvida, inclusive o fator sorte. Mas, com certeza, temos equipamento para brigar pela pole. Em Londrina, largar na frente faz diferença.” — afirma Totti.
A pista técnica e com pouco espaço de Londrina exige precisão e experiência, algo que Totti tem de sobra. Ele comenta:
“A pista de Londrina é nossa casa. Todos os treinos e testes a gente faz aqui. Quando a gente acerta o caminhão pra pista, sempre andamos bem. Esse caminhão foi feito novinho, e por conta do regulamento, a gente ainda não pôde testá-lo aqui. Mas fomos muito bem em Campo Grande, que é uma pista parecida com Londrina. Então, com certeza, estaremos brigando na frente.”
Totti reforça:
“Já decidi título aqui, fui campeão aqui, mas a vitória sempre bateu na trave.”
Hoje, o “Marvado” corre com sua própria equipe, a Vanucci Racing. Ele admite que administrar vários caminhões é desafiador e chegou até a ficar um ano fora das pistas para cuidar exclusivamente da equipe.
Mas a verdade é que Leandro Totti é experiente e tem velocidade, e, o mais importante: este ano, ele tem um equipamento competitivo que pode, enfim, trazer a tão sonhada vitória em casa.
Confira a programação da Copa Truck em Londrina, neste final de semana:
Sábado, 12 de abril de 2025:
Abertura dos portões: 08h00
08h30 – Copa HB20 – Treino Livre
09h15 – Copa Truck – Treino Livre classe Elite
10h00 – Copa Truck – Treino Livre classe Pro
10h45 – Copa HB20 – Classificação
11h40 – NASCAR Brasil – Treino oficial
12h35 – Copa Truck – Classificação classe Elite
13h17 – Copa Truck – Classificação classe Pro
14h15 – NASCAR Brasil – Classificação
14h55 – NASCAR Brasil – Top Qualifying
15h20 – Copa HB20 – Corrida 1
16h30 – Ação promocional
18h00 – NASCAR Brasil – Corrida 1
Domingo, 13 de abril de 2025
Abertura dos portões: 08h00
08h00 – NASCAR Brasil – Warm Up
08h20 – Copa Truck – Warm Up
09h00 – Ação Promocional
10h00 – Visitação aos Boxes
10h30 – Desfile de caminhões
11h00 – Desfile de pilotos NASCAR
11h45 – Copa HB20 – Corrida 2
12h40 – NASCAR Brasil – Grid Walk
13h20 – NASCAR Brasil – Corrida 2
14h00 – Desfile de pilotos Copa Truck
14h40 – Copa Truck – Corrida 1
15h13 – Copa Truck – Corrida 2