Por vários anos, a Fórmula 1 acompanhou o flerte entre Ayrton Senna e a Ferrari. O casamento acabou não acontecendo, mas a categoria vai poder acompanhar um relacionamento semelhante a partir de 2025 com a chegada de Lewis Hamilton à escuderia de Maranello.
A avaliação é de Galvão Bueno. Em participação na edição desta segunda-feira (17) do Jornal da Band, Galvão vê a presença do heptacampeão como “um pouco de Ayrton Senna” dentro da Ferrari.
“Uma vez eu perguntei ao Ayrton Senna: ‘Me traduza rapidamente, em poucas palavras, o que é uma Ferrari?’. Ele disse: ‘É um carro, uma cor, um ronco, um sonho’. Eu disse: ‘Então por que você não vai para a Ferrari?’. ‘Porque eu já não ganho (um título) há dois anos (1992 e 1993); preciso ganhar primeiro na Williams, me igualo ao (Juan Manuel) Fangio com cinco vitórias, depois eu vou para a Ferrari’”, lembrou o locutor.
“É o que o Hamilton está fazendo: ganhou tudo que tinha que ganhar, e realiza o sonho de ir para a Ferrari. Quando eu vejo o Hamilton na Ferrari, eu vejo um pouco de Ayrton Senna ali na Ferrari. Me emociona. Acho que deve ter emocionado muita gente. Olha, nesse momento, ele pode não ser tão rápido quanto o (Charles) Leclerc, mas é um pouco de Ayrton Senna ali dentro da Ferrari”, completou.
Hamilton estreou na Ferrari com o décimo lugar no GP da Austrália, enquanto Leclerc foi o oitavo. A vitória ficou com Lando Norris, da McLaren – que, segundo Galvão, desponta como o possível nome a ser batido em 2025.
A projeção, no entanto, é cautelosa. “Talvez seja o grande favorito do ano”, disse o narrador, que avisou que “é muito difícil” apontar um favorito após a primeira corrida da temporada. “O mundo muda muito”, acrescentou.
A prova foi marcada pela forte chuva que causou diversos acidentes – ao todo, seis pilotos abandonaram a prova em decorrência de batidas. O brasileiro Gabriel Bortoleto foi um dos que não completaram a prova, após abandonar a dez voltas do fim.
“Até o – para mim – gênio (Fernando) Alonso bateu. Então todas as escapadas são absolutamente normais, inclusive a do nosso Gabriel Bortoleto, que fazia a estreia”, avaliou Galvão Bueno. “Ele escapou, tinha todo o direito de escapar. Tinha tanto direito de escapar quanto outros pilotos escaparam”, completou.
Galvão pediu ainda para que a torcida mantenha a calma com as expectativas a respeito do estreante da Sauber ao longo do campeonato. “O adversário do Bortoleto neste ano é o companheiro de equipe, o (Nico) Hulkenberg.”