Para Charles Leclerc, as lembranças mais marcantes de Jules Bianchi vão além das pistas. No aniversário de 10 anos da morte do francês, o piloto da Ferrari relembrou os laços pessoais que mantinha com Bianchi, seu padrinho e grande inspiração na carreira.
"As primeiras lembranças que tenho dele não são como piloto, mas como pessoa. Nossas famílias sempre foram muito próximas, ele era melhor amigo do meu irmão mais velho, então estava sempre por perto", disse o piloto monegasco em entrevista à Fórmula 1.
O vínculo cresceu com o tempo. “Quando eu tinha seis ou sete anos, a diferença de idade era grande. Mas conforme fui crescendo, ficamos cada vez mais próximos. Ele era divertido, muito gentil e sempre disposto a ajudar.”
Leclerc destacou a competitividade de Bianchi como uma das maiores influências em sua própria mentalidade esportiva. “Era a pessoa mais competitiva que já conheci, e acho que herdei isso dele. Não importava o que fosse: kart, jogos ou até squash. Se ele não era bom o suficiente, treinava todos os dias até melhorar. Essa dedicação era impressionante.”
Juntos, viveram momentos marcantes fora da F1, como nas pistas de kart fechadas ao público. “Esperávamos o kartódromo fechar para correr só nós. Passávamos horas lá. Essas são algumas das memórias mais especiais que tenho.”
Por fim, Leclerc lamenta que Bianchi nunca tenha tido a chance de mostrar todo seu talento com um carro competitivo. “Ele era extremamente talentoso, mas não teve a oportunidade certa na F1. Espero que ele seja lembrado não só por isso, mas por ser um ser humano incrível, sempre sorridente e determinado a alcançar seus objetivos.”
Relembre a morte de Jules Bianchi
Jules Bianchi perdeu a vida no auge de sua carreira, devido a sequelas de um acidente no GP do Japão de 2014, no dia 5 de outubro. A corrida em Suzuka foi marcada por forte chuva. Na volta 42, o piloto da Sauber, Adrian Sutil, escapou da pista e bateu no muro, provocando a entrada de um trator para remoção do carro.
Durante o regime de bandeira amarela, Bianchi não conseguiu reduzir a velocidade, aquaplanou, perdeu o controle de sua Marrusia e colidiu com o trator que retirava o carro de Sutil. O impacto causou uma lesão axonal difusa, grave dano cerebral provocado por desacelerações bruscas.
Bianchi foi internado em coma induzido e, após meses sem recuperação, moreu no dia 17 de julho de 2015, tornando-se a primeira vítima fatal da Fórmula 1 desde Ayrton Senna, em 1994.