O meio-campista Lucas Paquetá foi advertido e repreendido nesta sexta-feira (22) por uma comissão reguladora independente da Federação Inglesa de Futebol (FA). O jogador do West Ham foi punido por não cooperar com a investigação sobre o caso de manipulação de resultados em que havia sido acusado, mas posteriormente absolvido em julho deste ano.
De acordo com o relatório, o brasileiro se recusou a responder a diversas perguntas da FA durante a entrevista oficial, alegando orientação jurídica. As possíveis penalidades incluíam multa ou suspensão, mas a comissão considerou fatores atenuantes e aplicou apenas uma advertência formal. Entre os pontos levados em conta estavam o impacto das acusações na saúde mental de Paquetá, a frustração de sua transferência ao Manchester City e os altos custos legais do processo.
Comissão cita falhas da própria federação
Em sua decisão, a comissão destacou que a FA “aparentemente não estava interessada no que o jogador tinha a dizer” em uma segunda entrevista, classificando o comportamento da entidade como pouco colaborativo.
O documento também reconheceu que o caso teve repercussão injusta na carreira de Paquetá e não encontrou provas concretas de qualquer envolvimento do atleta em manipulação de resultados.
“Simplesmente não faz sentido que um indivíduo bem remunerado, generoso e sem histórico de envolvimento com apostas ‘ofereça vantagem a familiares ou amigos’ por quantias modestas”, apontou o relatório final.
Entenda o caso
Paquetá foi acusado pela FA de ter recebido cartões amarelos deliberadamente em quatro partidas entre 2022 e 2023, supostamente para influenciar apostas esportivas. O caso surgiu após uma investigação identificar 542 apostas suspeitas realizadas por 253 apostadores, das quais 27 poderiam estar ligadas ao atleta.
As suspeitas começaram após conversas em um salão de beleza no Rio de Janeiro, de propriedade da mãe do jogador, onde teriam circulado “dicas” sobre possíveis apostas envolvendo os jogos do West Ham.
Contudo, o relatório de 314 páginas, publicado no mês passado, concluiu que os padrões de apostas eram inconsistentes com qualquer tentativa de manipulação. Segundo a comissão, o que ocorreu foi a divulgação informal de informações ou “dicas quentes” sobre partidas, sem indícios de participação direta do atleta.
“Os dados não são compatíveis com uma manipulação de resultados. Em muitos aspectos, são inconsistentes com tal hipótese e compatíveis com explicações alternativas”, afirmou o parecer.
Paquetá foi absolvido das acusações
Em julho, a comissão julgadora considerou improcedentes as acusações e declarou Paquetá inocente de qualquer tentativa de manipulação.