O Brasileirão mal começou e o apito já virou protagonista. Na 2ª rodada, três jogos chamaram a atenção não só pelo futebol em campo, mas pelas decisões da arbitragem — quase todas envolvendo o VAR. Em Sport x Palmeiras, Vitória x Flamengo e Atlético-MG x São Paulo, pênaltis discutíveis, expulsões relâmpago e revisões (ou a ausência delas) inflamaram torcedores, clubes e redes sociais. E, como já é tradição, fizeram bombar no Google as dúvidas sobre como funciona a arbitragem e o árbitro de vídeo.
A Sala Digital, parceria da Band com o Google, mergulhou nas perguntas mais feitas no Brasil após a última rodada e responde agora, com base nas regras oficiais da FIFA e da CBF, o que pode ou não pode acontecer com o VAR no Brasileirão.
O que é VAR? E quando ele pode interferir no jogo?
VAR é a sigla para “Video Assistant Referee”, ou árbitro assistente de vídeo. O recurso foi criado para auxiliar o juiz de campo em quatro situações específicas:
- Gols (se houve falta ou impedimento na origem)
- Pênaltis (marcação ou não)
- Cartões vermelhos diretos
- Erros de identificação (quando um jogador errado recebe punição)
Falta no começo da jogada: o VAR pode voltar tudo?
Depende. O protocolo permite que o árbitro revise a jogada desde o início da fase de ataque, ou seja, se uma falta não marcada gerou vantagem e terminou em gol ou pênalti, o VAR pode sim chamar para revisão. Mas isso não vale para qualquer falta lá atrás. A decisão precisa ter conexão direta com o lance final.
Em Sport x Palmeiras, o VAR agiu certo?
No jogo na Ilha do Retiro, o Palmeiras venceu com gol de pênalti marcado já nos acréscimos. A jogada gerou revolta dos torcedores do Sport, que alegam que o lance foi interpretativo. O árbitro viu toque no braço e marcou direto, sem revisão. Como não houve “erro claro e óbvio”, o VAR não interferiu — o que está dentro da regra, mesmo que gere discussão.
Expulsões e mais expulsões: o que rolou em Vitória x Flamengo e Atlético-MG x São Paulo?
Na partida entre Vitória e Flamengo, o técnico do time baiano, Thiago Carpini, foi expulso ainda no primeiro tempo. A arbitragem alegou reclamação exagerada — mas muitos viram exagero na punição.
Já no duelo entre Atlético-MG e São Paulo, o árbitro expulsou Calleri e o técnico Zubeldía após reclamações sobre a marcação de pênalti para o Galo. O VAR não interferiu porque reclamações e cartões amarelos (ou segundo amarelo, que resulta em vermelho) não são revisáveis por vídeo.
O VAR pode revisar cartão vermelho?
Sim — mas somente se for vermelho direto. O VAR pode recomendar a revisão se achar que houve agressão, entrada violenta ou se a expulsão foi um erro claro. Mas se o jogador levar dois amarelos, mesmo que um deles seja injusto, o VAR não pode fazer nada.
Quem manda mais: o árbitro de campo ou o VAR?
O árbitro de campo sempre tem a palavra final. O VAR só recomenda a revisão — mas cabe ao juiz decidir se vai aceitar ou manter sua decisão. E não, o técnico não pode “pedir” o VAR, nem os jogadores.
Tem VAR na Série B? E na Copa do Brasil?
Sim para ambos. A Série B passou a contar com VAR a partir de 2023, mas o recurso é usado a partir da 1ª fase da Copa do Brasil somente em alguns jogos — geralmente os transmitidos por TV ou em estádios com estrutura adequada.
Quanto ganha um árbitro do Brasileirão?
Segundo dados da CBF, um árbitro da Série A recebe, em média, R$ 5 mil por jogo, podendo variar de acordo com a função (principal, assistente, VAR, etc.). Árbitros FIFA ganham mais. Já o árbitro de vídeo (VAR) recebe entre R$ 2,5 mil e R$ 3 mil por partida.
Quanto custa o VAR por jogo?
O custo estimado da operação do VAR em uma partida gira em torno de R$ 50 mil a R$ 70 mil, segundo dados do próprio Comitê de Arbitragem da CBF.
Como se tornar árbitro no Brasil?
Muita gente vai ao Google fazer essa pergunta. As polêmicas recentes colocaram essa entre uma das principais dúvidas no Brasil nas 48 horas seguintes da última rodada. Para virar juiz, é preciso fazer um curso de arbitragem homologado pela CBF ou federações estaduais, com duração de cerca de um ano. A formação inclui aulas teóricas, físicas e práticas. E sim, tem prova! Depois disso, o árbitro começa apitando jogos de base ou categorias menores — e vai subindo até a elite.
O Brasileirão só está na 2ª rodada — mas se depender da arbitragem e do VAR, as emoções (e polêmicas) prometem até a última. A Sala Digital segue de olho, explicando tudo o que o torcedor quer saber.