Após atuar de forma imediata com ações emergenciais desde o dia seguinte ao tornado que atingiu Rio Bonito do Iguaçu, o Governo do Estado divulgou nesta segunda-feira (17) que está trabalhando com dedicação total na construção de um Plano de Retomada da Economia de Rio Bonito do Iguaçu. O objetivo é definir ações de médio e longo prazo para ajudar comerciantes, empresários, trabalhadores e moradores a reconstruírem suas vidas. As primeiras ações foram desenhadas em uma reunião no Palácio Iguaçu.
Desde o dia seguinte ao desastre, o Estado mantém equipes atuando na reconstrução da cidade, com ações emergenciais voltadas à proteção das vidas, levantamento dos danos e apoio imediato ao comércio local. “Tudo aquilo que foi possível fazer para atender as pessoas de Rio Bonito do Iguaçu, o Governo fez essa semana. Agora, as secretarias estão organizando um plano para médio e longo prazo para ajudar principalmente o comércio e o setor de serviços, que foram os mais atingidos”, afirmou o vice-governador Darci Piana.
O secretário das Cidades, Guto Silva, explicou que o plano será detalhado na próxima semana, mas será formatado a partir de cinco eixos principais. “Nesse tipo de episódio a gente sabe que além da construção cívica que é necessária, a cidade perde, muitas vezes, mão de obra. As pessoas vão embora e não voltam. A preocupação é não perder esse dinamismo econômico. A cidade precisa continuar gerando empregos e o nosso papel também é ter esse olhar no futuro, garantindo a manutenção desses empregos e da vida empresarial da cidade”, explicou.
Segundo o secretário, o primeiro eixo que o plano vai consolidar diz respeito ao fomento e apoio financeiro e reúne as ações de crédito emergencial, linhas especiais do BRDE e da Fomento Paraná, suporte do Sebrae/PR, adiamento de tributos, inclusão do município no programa Rota do Progresso e medidas de estímulo à atração de empresas por meio da Invest Paraná. A coordenação será feita pelo setor do comércio, com participação das secretarias de Planejamento e Fazenda, Defesa Civil, BRDE, Fomento Paraná, Invest Paraná e Sebrae/PR.
O eixo da agricultura será conduzido pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, com foco no diagnóstico dos impactos no setor rural e na recuperação das atividades e programas específicos para produtores afetados, além de liberação de crédito. A área de turismo ficará sob responsabilidade da Secretaria do Turismo, que irá mapear oportunidades de apoio ao setor, considerando o potencial de Rio Bonito do Iguaçu e a necessidade de ações específicas de recuperação e promoção.
O eixo de trabalho será elaborado a partir do diagnóstico empresarial do Sebrae/PR e irá direcionar ações de qualificação profissional e suporte aos trabalhadores e empregadores que tiveram suas rotinas interrompidas. E a infraestrutura urbana será coordenada pela Secretaria das Cidades, reunindo obras e investimentos estruturantes capazes de impulsionar a retomada econômica local.
Um levantamento preliminar do Sebrae/PR mostra que Rio Bonito do Iguaçu possui 880 empresas, em sua maioria pequenas e médias, com forte participação do setor de serviços. Das 204 empresas avaliadas, mais de 80% foram severamente afetadas. Esse mapeamento continuará sendo atualizado e servirá como base para a definição das políticas de apoio econômico, crédito e retomada.
CRÉDITO JÁ DISPONÍVEL – Mesmo com a elaboração de um plano detalhado, o Governo do Paraná já conduz ações para atender os negócios de Rio Bonito do Iguaçu. A Secretaria do Trabalho, Qualificação e Renda instalou um ônibus do Emprega Paraná, que funciona como unidade móvel de atendimento no Centro da cidade.
O Estado também intensificou o cadastramento das empresas atingidas para auxiliar na mediação com o Ministério do Trabalho e permitir a adesão ao layoff, garantindo acesso ao seguro-desemprego.
Na área tributária, a Receita Estadual vai prorrogar para 2026 os prazos de pagamento do ICMS. Também ficam suspensas rescisões de parcelamentos e dispensado o estorno de créditos de mercadorias danificadas.
O BRDE e a Fomento Paraná abriram linhas especiais com juros zero. Há financiamentos acima de R$ 800 mil, microcrédito de até R$ 20 mil e renegociação facilitada.
Para as famílias atingidas, o Estado iniciou o pagamento de R$ 1 mil mensais por seis meses, além de acesso a até R$ 50 mil por família e a construção de 320 casas.