A sede da Fiep (Federação das Indústrias do Paraná), no Centro Cívico, e o Campus da Indústria da entidade, no Jardim Botânico — ambos em Curitiba — amanheceram com sinais de luto nesta segunda-feira (16).
Faixas pretas cobrindo parte das fachadas dos edifícios fazem parte de um manifesto da Fiep contra os excessivos e recorrentes aumentos de impostos, que pesam sobre quem empreende e gera empregos, sufocando a capacidade produtiva do país.
O manifesto destaca um dado que, segundo a instituição, é alarmante: o governo federal aumenta impostos, em média, a cada 37 dias. Esse número faz parte de um levantamento realizado pela Coalizão das Frentes Parlamentares que representam o setor produtivo brasileiro no Congresso Nacional. O estudo identificou que, desde janeiro de 2023, o atual governo aumentou ou criou tributos pelo menos 24 vezes.
A manifestação ocorre em um momento de debate sobre a revisão de alíquotas do IOF, além da possibilidade de elevação de outros tributos federais. A federação também argumenta que o governo não tem promovido cortes de gastos públicos.
“O governo federal baseia sua política fiscal unicamente no aumento de impostos sobre quem investe e produz”, afirma o presidente do Sistema Fiep, Edson Vasconcelos. “Quem gera empregos e riquezas é o setor produtivo, não o Estado. Mas vemos nossa capacidade de empreender, de inovar e de criar oportunidades sendo sufocada pela burocracia e pela fome arrecadatória do governo, que não faz sua parte para alcançar o equilíbrio fiscal, jogando toda a responsabilidade sobre o setor produtivo. Por isso estamos de luto e mostramos nossa indignação, que é a força que nos move para continuar lutando pelo Brasil”, acrescenta.
Veja o manifesto na íntegra:
Estamos de luto.
De luto pelo Brasil que produz, que sonha, que empreende.
De luto pela coragem de quem abre as portas de uma empresa todos os dias, mesmo com a corda apertando o pescoço.
De luto pelas ideias que morrem sufocadas pela burocracia, pela incerteza, pela ganância arrecadatória.
Estamos de luto pela geração de empregos, que sucumbe a cada novo imposto.
Estamos de luto pela renda das famílias, que encolhe diante da inflação e da carga tributária abusiva.
Estamos de luto pelo futuro dos jovens, que veem suas oportunidades desaparecerem enquanto o Estado engorda.
O governo federal aumenta impostos em média a cada 37 dias.
Trinta e sete dias.
Enquanto o brasileiro trabalha 5 meses por ano só para pagar tributos.
Estamos de luto porque a conta nunca fecha para quem produz.
Porque o esforço não é valorizado.
Porque a meritocracia virou alvo, não virtude.
Porque empreender virou sinônimo de resistir – e não de crescer.
Estão matando a capacidade empreendedora.
Estão assassinando a competitividade.
Estão sufocando o espírito inovador.
Somos nós que geramos empregos, não o Estado.
Somos nós que fazemos a economia girar, não a burocracia.
Somos nós que levantamos cedo, enfrentamos riscos e seguimos em frente – apesar de tudo.
Mas a cada aumento de imposto, o Brasil que trabalha sangra um pouco mais.
O Brasil que insiste em crescer perde fôlego.
O Brasil real morre lentamente.
Estamos de luto. Mas não vamos silenciar.
Nosso luto é não desistir.
Nossa dor é indignação.
Nossa indignação é força.
Chega de matar quem constrói este país.
Chega de punir quem trabalha.
Chega de sacrificar o Brasil que produz em nome de um Estado que consome tudo e entrega pouco.
Estamos de luto, mas seguiremos firmes. A indignação nos move, para manter nosso Brasil de pé.