Paraná

Paraná registra maior número de casos de cyberbullying no país em 2024

25 jul 2025 às 10:41

O Paraná foi o estado com o maior número de casos de cyberbullying registrados pela polícia em 2024, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2025, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e divulgado nesta quinta-feira (24). Foram notificadas 103 ocorrências no estado.


No cenário nacional, foram contabilizados apenas 452 registros de cyberbullying, o que representa uma taxa de 1,1 ocorrência por 100 mil crianças e adolescentes, índice significativamente inferior ao das intimidações presenciais. O Paraná apresentou a taxa mais elevada do país: 10,7 casos por 100 mil adolescentes entre 14 e 17 anos, seguido pelo Distrito Federal, com 8,9 casos por 100 mil crianças de 10 a 13 anos.


Apesar de preocupantes, as altas taxas no Paraná também indicam maior capacidade de notificação do estado. O anuário destaca que, por se tratarem de tipificações penais recentes, o registro adequado de bullying e cyberbullying ainda passa por um processo de consolidação nos sistemas das polícias civis e nos setores de estatística das secretarias de segurança. Essa situação contribui para a desigualdade na cobertura das informações entre os estados.


Em 2024, foi sancionada a Lei nº 14.811, que inclui o bullying e o cyberbullying entre os crimes hediondos quando resultam em lesão corporal grave ou morte. A legislação também passou a prever essas práticas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e na Lei Maria da Penha, quando ocorrerem no contexto de violência doméstica e familiar. Além disso, a nova norma alterou o Código Penal (Art. 146-A), estabelecendo penas mais severas, especialmente para o cyberbullying.


Casos de bullying

No caso do bullying, o levantamento registrou 2.543 ocorrências envolvendo crianças e adolescentes em 2024, o que corresponde a uma taxa nacional de 5,9 casos por 100 mil habitantes entre 0 e 17 anos. O documento ressalta que esse número é baixo diante da real dimensão do fenômeno. Isso se deve ao fato de que apenas os casos mais graves, que extrapolam o âmbito pedagógico das escolas, chegam às autoridades policiais.


Estados como Paraná, Roraima, Mato Grosso e Santa Catarina apresentaram taxas bem maiores do que a média nacional, indicando, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), tanto a gravidade do problema quanto diferenças na capacidade de registro e notificação entre as unidades da federação.


O bullying ocorre, sobretudo, nas faixas etárias correspondentes ao ensino fundamental e médio, com taxas médias nacionais de 12,0 casos por 100 mil entre crianças de 10 a 13 anos, e 11,5 por 100 mil entre adolescentes de 14 a 17 anos.