Segundo as investigações, os ex-funcionários manipularam o sistema durante a campanha promocional chamada “Super Feras em Vendas”, que premiava os vendedores que cumprissem as metas com uma viagem para a Disney, com direito a acompanhante, além de bonificação em dinheiro.
O golpe funcionava assim: os funcionários faziam a venda normalmente e recebiam o pagamento do cliente. Depois, cancelavam a compra, transformando o valor pago em crédito na conta do cliente. Com esse crédito, realizavam uma nova venda no sistema, gerando assim múltiplos benefícios e pontos para a viagem.
Uma falha no sistema permitia que as vendas canceladas continuassem contabilizadas para os cálculos dos prêmios, possibilitando o pagamento repetido e indevido dos benefícios.
Importante destacar que nenhum cliente foi prejudicado, pois todos receberam os produtos comprados. A fraude tinha como objetivo apenas enganar o sistema de premiação da empresa.
Prejuízo
O golpe causou um prejuízo total de R$ 205.343,97 ao Grupo Casas Bahia. A filial de Ponta Grossa foi a que acumulou mais benefícios indevidos, e o ex-funcionário que mais ganhou com a fraude recebeu um valor de R$ 16.355,03.
Investigação e desdobramentos
Todos os envolvidos foram demitidos em abril de 2025, quando a empresa iniciou as investigações internas após perceber sinais de irregularidades.
O Grupo Casas Bahia colaborou ativamente, entregando um relatório detalhado de 426 páginas que revelou todo o esquema, além de fornecer documentos e informações essenciais para a apuração policial.
O delegado Gabriel Munhoz, que conduziu o caso, confirmou que os crimes investigados são estelionato e associação criminosa. O inquérito já foi concluído e enviado ao Ministério Público, que deve apresentar a denúncia contra os ex-funcionários.
Segundo o delegado, o grupo agiu de forma organizada e contínua, aproveitando a estrutura da empresa para praticar as fraudes.