O ministro do Meio Ambiente da Alemanha, Carsten Schneider, anunciou nesta quarta-feira (19) que o país vai investir €1 bilhão no Fundo Florestas Tropicais Para Sempre (TFFF, na sigla em inglês). O anúncio ocorreu logo após Schneider pedir desculpas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela fala do chanceler alemão, Friedrich Merz, que gerou mal-estar diplomático.
Segundo fontes ouvidas pelo repórter Túlio Amâncio, da Band, Schneider afirmou que Merz teve uma “fala mal colocada” ao comentar sua passagem pelo Brasil. O ministro disse que o chanceler se referia ao cansaço da delegação após uma longa viagem — e não ao país ou ao povo brasileiro.
Um trecho do encontro entre Schneider e Lula foi publicado nas redes sociais do presidente, mas a tentativa do ministro de atenuar a crise não apareceu no vídeo, que passou por edição.
A declaração que motivou o pedido de desculpas ocorreu no último dia 13, quando Merz comparou Brasil e Alemanha de forma crítica.
“Senhoras e senhores, vivemos em um dos países mais belos do mundo. Na semana passada, perguntei a alguns jornalistas que estavam comigo no Brasil: ‘Quem de vocês gostaria de ficar aqui?’ Ninguém levantou a mão. Todos ficaram felizes por termos retornado à Alemanha daquele lugar que tínhamos acabado de visitar”, afirmou o chanceler.
O discurso foi transmitido no YouTube e publicado na página oficial do governo alemão.
Nesta quinta-feira (19), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, reforçou o anúncio do aporte alemão durante a Cúpula do Clima da ONU, em Belém.
“Tivemos a alegria de que a Alemanha fez o anúncio de seu aporte da ordem de €1 bilhão”, disse.
O TFFF é a uma das principais apostas do Brasil na COP-30. O fundo prevê remunerar países pela preservação de florestas tropicais, tornando a conservação economicamente vantajosa.
A estratégia é captar recursos no mercado com juros reduzidos, tratando o TFFF como um ativo de baixo risco. O dinheiro será reinvestido em projetos com maior retorno; parte do lucro será repassada aos países que preservam florestas, e outra parcela retornará aos investidores.