O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, afirmou à TV Brasil, nesta terça-feira (11), que seria inaceitável exigir autorização de governadores para que a corporação atuasse contra o crime organizado. A medida foi proposta pelo relator do PL Antifacção, Guilherme Derrite (PP-SP), que recuou nesta terça.
Rodrigues exemplificou que investigações independentes, como no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco, seriam inviabilizadas se dependessem de anuência estadual. “Descortinamos ali um crime com participação de agentes do Estado, conselheiro do Tribunal de Contas, deputado federal e policiais”, afirmou.
O diretor destacou que a operação Carbono Oculto só foi possível por conta da autonomia da PF. Ele defendeu melhorias no sistema de justiça criminal, ampliando ferramentas e capacidades para enfrentar o crime organizado e reforçar a cooperação entre órgãos.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, alertou que o primeiro parecer de Derrite poderia comprometer investigações sobre a atuação de organizações criminosas no setor de combustíveis, enfraquecendo a atuação da Receita Federal e da PF.
O ministro Ricardo Lewandowski, da Justiça e Segurança Pública, afirmou esperar que o PL Antifacção, enviado pelo governo à Câmara em 31 de outubro, seja aprovado integralmente ou quase totalmente. Lewandowski criticou a rapidez do relatório e declarou que parte do parecer relacionado à PF é “inconstitucional”.