O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) volta a se reunir nesta terça-feira (28) com o chanceler Mauro Vieira para discutir a chegada de brasileiros deportados pelos Estados Unidos. Também foram convocadas para o encontro, previsto para 16h, os ministros da Defesa, José Lúcio Monteiro, da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo. O vice-presidente Geraldo Alckmin também foi acionado.
Um dia antes, o petista ficou uma hora reunido com chefe do Itamaraty. O ministério das Relações Exteriores administra o mal-estar entre os governos após denúncias de maus tratos e violação contra imigrantes deportados.
Um grupo de 88 brasileiros expulsos dos Estados Unidos chegou algemado a Manaus na última sexta-feira (24). Parte dos deportados ainda reatou agressões e humilhações.
O encarregado de negócios da embaixada americana, responsável pela missão diplomática na ausência de um embaixador, foi chamado ao Itamaraty para discutir o tema. Agora, o governo quer garantias de que os brasileiros não serão distratados nos voos.
A diplomacia americana diz que é praxe o uso de algemas para garantir a segurança do voo.
No Palácio do Planalto, a ordem é não entrar em confronto com Donald Trump. O republicano assumiu o posto há uma semana e tem no discurso anti-imigração um dos pilares do mandato.
Brasil e Estados Unidos mantêm desde 2017 um acordo que permite os voos de deportação. Os brasileiros ilegais em território americano são deportados em voos fretados pelo Departamento de Imigração que saem, normalmente, da Louisiana. Segundo o governo brasileiro, há garantias de respeito aos Direitos Humanos nos acordos bilaterais.
Por enquanto, os Estados Unidos não se pronunciaram sobre as denúncias de agressão no voo de deportados.