Foram quatro anos fora do espaço onde Lenir de Assis conta que lutou para tentar melhorar a vida dos londrinenses. De volta à Câmara dos Vereadores pelo mesmo Partido dos Trabalhadores, ela sabe que pode enfrentar a resistência da ala direitista eleita, mas também pode ter boas aliadas.
Ela vai fazer parte de uma legislatura histórica: são sete mulheres, de seis partidos diferentes. “Eu vivo uma expectativa muito boa em relação a tantas mulheres na política em Londrina. Pois promover a participação as mulheres na política sempre fez parte da nossa, há muitos anos, inclusive dentro do PT. É preciso que as mulheres estejam no espaço de debate e espaço de decisão”, aponta.
Com 51 anos e socióloga de formação, Lenir de Assis espera que a Câmara seja o espaço propositivo de ação, e não de rivalidade. A única representante da esquerda no Legislativo traz na bagagem o apoio de entidades sindicais, movimentos sociais, populares, coletivos e de defensores dos direitos humanos e mais pobres.
Perguntada se teme um isolamento, a vereadora eleita ressalta que as pautas que defendem as pessoas não podem ser enxergadas como de esquerda. “Elas tem que ser consideradas como pautas que podem gerar problemas imensos na vida das pessoas. Como o teto de gastos, que tira professores de sala de aula, remédio das unidades de saúde, comida da boca das pessoas. Hoje temos quase 1000 pessoas em situação de rua em Londrina”.
Questionada sobre a necessidade de o PT realizar autocrítica, Lenir diz que esse processo tem sido feito ao longo dos anos. E isso tem levado ao que ela acredita ser um fortalecimento da esquerda e dos movimentos progressistas, com a união de partidos como PSOL, PCdoB, PCB e outros.
Para Lenir, o voto em sua candidatura também foi um novo voto de confiança à legenda. “Muitas pessoas podem ter votado em mim [sem me associar ao partido], mas sei que após tanto tempo, há quem não consiga mais desassociar minha imagem e meu trabalho do PT”.
