A Justiça de São Paulo marcou para esta terça-feira (11) o julgamento de Orestes Bolsonaro Campos, sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de tentativa de homicídio e feminicídio contra a ex-mulher e o então namorado dela. O caso, em 2020, foi registrado no Vale do Ribeira, mas foi transferido para a capital paulista após o Ministério Público apontar influência política da família Bolsonaro na região, segundo revelou a colunista Mônica Bergamo, da BandNews FM.
Julgamento ocorre na capital por decisão do TJ-SP
O Tribunal de Justiça de São Paulo acatou o pedido do Ministério Público em 2024, determinando a transferência do caso da comarca de Registro para a capital. O argumento foi o de que a família do ex-presidente exerce “forte influência política” no Vale do Ribeira, o que poderia comprometer a imparcialidade do julgamento.
A juíza responsável intimou testemunhas e o próprio réu, além de expedir mandados simultâneos para evitar atrasos no andamento do processo. O julgamento será realizado pelo Tribunal do Júri da capital paulista.
O que diz a denúncia
De acordo com o Ministério Público, Orestes Bolsonaro teria invadido a casa da ex-companheira durante a madrugada, usando uma chave antiga, enquanto ela e o novo namorado dormiam, com o filho pequeno do casal em outro cômodo. O órgão afirma que o acusado atacou o homem com um pedaço de madeira e, em seguida, sacou uma arma e disparou dentro da residência.
A ex-mulher conseguiu fugir com a criança e pediu ajuda. O MP sustenta que o ataque foi premeditado e impediu qualquer reação das vítimas.
Histórico de agressões e versão da defesa
Orestes Bolsonaro já havia sido condenado em outro processo, também em 2020, por agressão a uma ex-namorada. Na ocasião, foi sentenciado a quatro meses de prisão em regime aberto e obrigado a pagar indenização por danos morais.
A defesa, comandada pelo advogado Sergei Cobra, reconhece a agressão, mas contesta a acusação de tentativa de homicídio e feminicídio. O defensor afirma que o caso deve ser enquadrado apenas como lesão corporal, crime de pena mais branda.
Situação de Jair Bolsonaro também avança na Justiça
Mônica Bergamo destacou também que o ex-presidente Jair Bolsonaro teve os embargos de declaração negados por unanimidade pelo Supremo Tribunal Federal, o que torna o trânsito em julgado de sua condenação iminente. Segundo a jornalista, o ministro Alexandre de Moraes pode determinar a prisão do ex-presidente a qualquer momento, com chances maiores de ele ser encaminhado à Papuda, em Brasília.
A defesa de Bolsonaro tenta evitar a detenção, alegando fragilidade de saúde e histórico de cirurgias, mas a colunista lembra que o próprio ex-presidente continuou a viajar e exercer atividades públicas normalmente, o que pode pesar na decisão do ministro.
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