As novas diretrizes para o diagnóstico e tratamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA), publicadas pela Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil, reforçam a importância da observação clínica apurada de profissionais de saúde, pais e educadores.
No quadro Saúde em Ação, a psicopedagoga Andressa Cristina enfatizou que a principal orientação é a avaliação precoce. "Quanto mais cedo for o diagnóstico e a intervenção nas habilidades deficitárias da criança, melhor será o prognóstico," explicou.
O Papel Primordial da Família e Escola
O processo de observação se inicia no ambiente familiar. A psicopedagoga ressaltou que a mãe e a família são as primeiras e maiores observadoras, devendo estar atentas aos marcos do desenvolvimento infantil.
Sinais como a falta de contato ocular durante a amamentação ou o desenvolvimento atípico em comparação com outras crianças podem levantar as primeiras suspeitas.
A escola também é citada como um ponto primordial, já que a criança passa horas com os professores, que devem ter um olhar treinado e atento.
Andressa Cristina alertou que o TEA é um espectro amplo, o que exige um diagnóstico complexo, impossível de ser feito por um único profissional.
A confirmação requer uma avaliação multidisciplinar para montar o perfil cognitivo completo e a utilização de protocolos específicos, como o M-CHAT e, principalmente, o ADOS, considerado o protocolo ouro para o diagnóstico.
A falta de capacitação profissional e de um olhar clínico treinado pode levar à confusão de sintomas. Há casos de adultos e adolescentes que só receberam o diagnóstico correto de TEA anos depois, tendo sido inicialmente diagnosticados com Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) ou depressão.
Os sinais clínicos observados em conjunto que caracterizam o transtorno incluem o déficit na comunicação, interação social e os movimentos repetitivos restritos.