Jornal Tarobá 1ª Edição

Araucária: ações buscam manter viva a árvore símbolo para futuras gerações

01 ago 2024 às 13:26

Imponente, majestosa…não há como não notá-la. Ela se destaca em meio às demais. A araucária, que o nosso estado adotou como símbolo, o Pinheiro do Paraná, já era encontrada no tempo dos dinossauros. 


A sua presença marcante, porém, ficou muito rara devido ao desmatamento, principalmente durante o ciclo da madeira, na década de 70. A Araucaria angustifolia, nome científico da planta, está na lista vermelha da União Mundial para a natureza, considerada como criticamente ameaçada. 


Por isso, encontrar um paraíso das araucárias, como este aqui que fica em Cascavel é tão especial. Na Fazenda de recursos hídricos abundantes, há uma estação de água mineral, além da agricultura e pecuária, mas os pinheiros do Paraná são protagonistas. Eles estão por toda a parte. Ninguém nunca contou, mas o seo Orlando Padovani garante que são centenas de milhares. 


Quando era de outros donos, a Fazenda foi explorada por uma madeireira. Houve um desmatamento significativo, mas sobraram muitos pinheiros considerados impróprios para a indústria nos 1600 hectares. Ao adquirir a área, Orlando viu uma oportunidade de se redimir do que já havia feito à natureza, já que ele também atuou como madeireiro décadas atrás. 


E as araucárias se multiplicaram, as sementes se espalharam com a natureza fazendo o seu belo trabalho, além de uma ajudinha de Orlando, com plantios constantes. Há convivência harmônica entre as atividades agropecuárias e área de conservação, que ultrapassa os 50% da propriedade. 


A ordem aqui sempre foi: não arrancar nenhuma araucária e isso vale até mesmo para as que poderiam ser empecilhos para as obras na propriedade. Se fosse pensar apenas na melhor logística esses dois barracões deveriam ser um só, mas para não derrubar essa araucária centenária, eles ficaram divididos, unidos por uma passarela, mantendo a árvore como parte da paisagem. 


Assim como Orlando, Carlos também batalha para que a araucária seja uma árvore vista pelas futuras gerações. Na pesquisa do Doutorado, ele chegou à conclusão de que a mão humana, que quase extinguiu a espécie, deveria atuar agora para ajudar no reflorestamento. 


Ele começou plantando araucárias por conta própria. A iniciativa se tornou projeto de extensão na Universidade Federal da Fronteira Sul, com o nome Pinheiro do Paraná, com um viveiro para formação das mudas e plantio em Cascavel, Realeza e Dois Vizinhos. Um trabalho com os olhos voltados para o amanhã. 


Um dos locais em que esse projeto acontece é no Lago Municipal de Cascavel, que ganha frequentemente novas mudas. Pelas mãos dele, já foram plantadas mais de 300 - algumas já tem 10 anos. É um jeito de fazer o cartão postal da cidade se manter alinhado ao motivo pelo qual foi criado. Você sabia que o Parque natural municipal Paulo Gorski foi projetado para proteger as araucárias? Olha aí uma foto da década de 70 da área onde ele está hoje, com vários pinheiros, mas que corriam riscos. 


A TV Tarobá passa também a ter o Pinheiro do Paraná como próprio símbolo. Essa escolha vai além do discurso e vem para a prática, com o desejo de vida longa às araucárias. E vamos começar por aqui: com o plantio de uma araucária, que vai ganhar o nome da emissora, aqui no Lago Municipal.