Um grupo com cerca de cem famílias do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) se instalou em uma propriedade rural na região da Estrada Divisora, no município de Umuarama, próximo à Vila Três Placas, na divisa com Maria Helena.
A organização estadual do movimento prevê a chegada de mais pessoas ao local. Os organizadores afirmam que, até o fim de semana, cerca de 250 famílias deverão estar acampadas na área.
Segundo um dos líderes do MST, o objetivo do acampamento não é a produção agrícola imediata, mas sim pressionar o governo federal a promover a desapropriação de terras em Umuarama e em outras cidades da região.
Ireno Prochnow, uma das lideranças do MST no Paraná, declarou que a reforma agrária — principal bandeira do movimento — só avançará com a mobilização dos trabalhadores, independentemente de quem esteja no poder. Ele afirmou ainda que a área ocupada pertence a um integrante do movimento, que teria alugado o espaço para a instalação do acampamento.
Em nota, o Sistema FAEP (Federação da Agricultura do Estado do Paraná) repudiou a ação do MST e informou que já acionou as autoridades responsáveis para solicitar a retirada do grupo. A instituição também afirmou que, junto ao Sindicato Rural de Umuarama, está prestando assistência ao proprietário da área e acompanha de perto a situação na região.
Durante passagem por Cascavel, o senador Sérgio Moro se manifestou sobre o caso, classificando a ocupação como "intolerável".
''É intolerável. Não pode haver invasão de terra. Isso desrespeita o direito de propriedade das pessoas afetadas. Tem que haver uma rápida ação, com reintegração de posse. Vivemos em um Estado de Direito. É preciso atender reivindicações sociais com políticas de educação, saúde e oportunidades de trabalho, mas invasões são inaceitáveis. Isso não pode ser aceito no Paraná'' — declarou o senador.
Moro também criticou o governo federal, afirmando que a gestão Lula dá "mau exemplo" ao, segundo ele, não respeitar leis como o marco temporal e ao não garantir a segurança jurídica da propriedade privada.
— ''Isso gera uma sensação de terra sem lei. Cabe ao governo do estado reagir e tomar as providências necessárias para a reintegração dessa posse'' — concluiu.