É lamentável, mas o time profissional do Futebol Clube Cascavel terá só mais dois jogos para cumprir em 2024. Na penúltima rodada do Grupo A8 da Série D do Campeonato Brasileiro terá pela frente o líder Cianorte como visitante. Depois, terá uma despedida melancólica contra o Avenida no Estádio Olímpico Regional, numa partida que não oferecerá atrativo algum para o torcedor. Aliás, a torcida tentará alimentar a esperança de um futebol melhor, um time melhor, em 2025. Esse mesmo torcedor visualizou a classificação do Grupo A 8 e viu o Cascavel na lanterna do Grupo A8 com onze pontos com duas rodadas, mais alguns jogos atrasados, na tentativa de encontrar alguma chance matemática de classificação, já que o terceiro colocado, o Concórdia, tem 16 pontos e o Barra, que entrou no G-4, tem 15 pontos.
O fato é que o Cascavel desafiou a matemática durante toda a Série D do Campeonato Brasileiro. Uma matemática que se mostrava cada vez mais implacável a cada rodada.
A eliminação precoce não se deu na derrota por 3 a 0 para o Barra, dentro do Estádio Olímpico Regional, neste domingo (07), pela antepenúltima rodada da competição. Se deu ao longo da Série D. E a matemática mostra isso. Lanterna do Grupo A8 com onze pontos, o Cascavel tem um aproveitamento de apenas 30%. E foram apenas quatro gols marcados em doze jogos na competição. É o pior ataque entre todos os 64 times da Série D de 2024. Nesse aspecto, a matemática é ainda mais implacável. E a conta é simples: sem bola na rede, sem vitórias. Sem vitórias, sem classificação. Sem classificação, adeus acesso à Série C nesta temporada. E olha que, após um empate sem gols com o Brasil de Pelotas, em casa, pela oitava rodada, o presidente do Cascavel, Valdinei Silva, tentou colocar uma injeção de ânimo na equipe assumindo a culpa pela má campanha e tirando a responsabilidade de cima dos atletas. Até desafiou a torcida afirmando com veemência que o time iria reagir e lutaria pela classificação até a última rodada. Na ocasião, disse que “no fundo do poço não tem lama, tem mola!” Depois daquele jogo, já se passaram quatro rodadas com apenas um golzinho e uma vitória magra. Se o fundo do poço significa a última posição na tabela, deve haver lama porque o Cascavel está atolado e continua lá.
Agora, a ‘pá de cal’ para essa pífia campanha foi sim a derrota por 3 a 0 para o Barra, em casa, com o time atuando mais de um tempo inteiro com um jogador a mais. Álvaro abriu o marcador no primeiro tempo. Marcelinho ampliou na etapa final e Douglas fechou a conta em cobrança de pênalti nos acréscimos.
Essa derrota mostrou outra deficiência do Cascavel na Série D: a falta de força em casa e essa deficiência distancia ainda mais o time da torcida. Em seis jogos até agora na competição, o Cascavel teve apenas uma vitória, três empates e sofreu duas derrotas. Foram apenas seis pontos somados no Olímpico de 18 disputados, um aproveitamento de 33%. Matematicamente, o Cascavel pode superar a pior campanha que teve em cinco participações na Série D. No ano passado somou apenas 16 pontos e ficou fora da segunda fase. No entanto, para amenizar um pouco a campanha precisa vencer os dois jogos que restam. Mas as duas campanhas, 2023 e 2024, tiveram uma situação em comum: o baixo rendimento em casa. Em 2023, o time fez sete jogos no Olímpico com uma vitória, quatro empates e duas derrotas. Ou seja, sete pontos somados de 21 disputados, um aproveitamento de 33%. No entanto, no quesito bola na rede, em 2023, o Cascavel fez o triplo de gols na Série D. E olha que ainda teve um rendimento ofensivo baixo.
A matemática foi mesmo implacável. E os números ruins na Série D de 2024 não servem nem de parâmetro para a próxima temporada. Se fizer isso, o Cascavel irá nivelar por baixo. O melhor parâmetro é a campanha dos concorrentes paranaenses na Série D deste ano, ambos classificados, e na luta pelo acesso. O Cianorte é o líder do Grupo A8 com 21 pontos. E o Maringá lidera o Grupo A7 com 26 pontos. Ou seja, só estatísticas infinitamente melhores poderão garantir dias melhores ao clube.