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Embrapa e MDIC anunciam ações para promoção de máquinas e equipamentos

21 dez 2023 às 21:01
Por: Embrapa

A Embrapa e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) firmaram hoje (21) Protocolo de Cooperação e anunciaram ações com foco em máquinas e equipamentos para agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais da Amazônia. A parceria contempla a realização de estudos, de início imediato, com foco nas cadeias do açaí, babaçu, castanha do Brasil e cupuaçu. No contexto do Programa Mais Alimentos, a ação vai gerar um catálogo de máquinas já disponíveis e de oportunidades para a industrialização e o desenvolvimento de novos equipamentos.


Segundo o Secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do MDIC, Rodrigo Rollemberg, estão sendo destinados para essa cooperação 1,2 milhão de reais. “É um trabalho de ponta a ponta. Ao mesmo tempo em que beneficia os pequenos agricultores e extrativistas, impulsiona a indústria brasileira de máquinas e equipamentos. É a neoindustrialização, um movimento que ganha cada vez mais força no Brasil por aliar inovação e sustentabilidade”, destaca Rollemberg.


Os estudos são liderados pelas unidades Embrapa Amazônia Oriental, Embrapa Cocais e Embrapa Acre e contemplam o mapeamento de máquinas e equipamentos disponíveis no mercado para as cadeias produtivas selecionadas. O resultado vai subsidiar ações de financiamento para impulsionar a aquisição dos equipamentos pelos agricultores e comunidades tradicionais.


Paralelamente, são identificadas necessidades tecnológicas de máquinas e equipamentos que ainda não contam com soluções no mercado. Para casos que já existem protótipos, os estudos vão subsidiar ações para promover a industrialização dos equipamentos. Para necessidades que ainda não contam com soluções, ações de pesquisa e desenvolvimento serão impulsionadas. Os resultados estão previstos para o início de 2025.


“O trabalho retroalimenta a agenda de pesquisa, desenvolvimento e inovação da Embrapa, uma vez que aponta lacunas de pesquisa e necessidades reais das populações que atuam nas cadeias da sociobiodiversidade na Amazônia” afirma a diretora de Negócio da Embrapa, Ana Euler. Segundo ela, a iniciativa está começando com essas quatro cadeias, mas o objetivo é estendê-la para 15 outras culturas de importância para o extrativismo.

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As medidas anunciadas fazem parte do programa nacional de máquinas, equipamentos e implementos para produção sustentável de alimentos pela agricultura familiar (Programa Mais Alimentos), lançado pelo Governo Federal em junho deste ano. O Programa contempla uma linha do Pronaf Investimentos, que tem como objetivo aumentar a produção de alimentos no Brasil, estimular a indústria nacional, diminuir a penosidade do trabalho no campo e facilitar o acesso às máquinas e implementos para a agricultura familiar, contemplando mulheres, jovens rurais, povos e comunidades tradicionais, como indígenas e quilombolas.


Para a diretora de Pessoas, Serviços e Finanças, Selma Beltrão, é sempre muito bom fechar o ano com uma pauta positiva. "Essa cooperação é mais um passo para impulsionar a bioeconomia inclusiva na Amazônia, que é uma das prioridades da nova gestão da Embrapa", enfatiza.


Alderi Araújo diretor de Governança e Gesrão, complementou afirmando que a parceria assinada com o MDIC fortalece também a inclusão socioprodutiva das comunidades tradicionais. “Os equipamentos podem aumentar a produtividade e reduzir o esforço desses agricultores, especialmente se considerarmos as mulheres e os jovens do meio rural”, disse.


O Mais Alimentos tem coordenação compartilhada inédita entre Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e MDIC para conduzir o processo de mecanização da agricultura familiar.

Um dos exemplos de solução desenvolvida pela Embrapa é uma ferramenta de uso individual para quebra do coco babaçu, premiada como tecnologia social em 2021 pela Fundação Banco do Brasil. O extrativismo do babaçu tem sido fonte de renda para diversas famílias brasileiras há décadas, mas ainda é caracterizado pelo uso manual de machado e porrete para a quebra do coco, um trabalho penoso e de risco, responsável por doenças laborais e abandono da atividade.


Um trabalho de pesquisa participativo resultou em uma ferramenta ergométrica que propicia que a extração da amêndoa seja feita com a pessoa sentada em uma cadeira, sem uso do facão e com uma força menor que a empregada anteriormente para quebrar o coco. A tecnologia preserva a essência do extrativismo, uma demanda das comunidades, e favorece o processamento integral do coco, não somente o aproveitamento da amêndoa e da casca.

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