As relações entre a Argentina e os Estados Unidos continuam em harmonia. Durante encontro na Casa Rosada, em Buenos Aires, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, elogiou as políticas econômicas adotadas pela Argentina, sob a liderança do presidente Javier Miley. Bessent destacou que "o governo Trump quer colaborar com Miley", evidenciando uma relação cordial e cooperativa entre os dois países.
A relação entre Argentina e Estados Unidos contrasta com a dinâmica atual entre os EUA e o Brasil, principalmente no que diz respeito à imposição de tarifas. Recentemente, produtos argentinos foram taxados em apenas 10% pelos Estados Unidos, uma porcentagem significativamente menor do que as tarifas impostas a produtos brasileiros. Segundo fontes, negociações estão em andamento para potencialmente eliminar essas tarifas para certos produtos argentinos.
O presidente argentino, Javier Milei, demonstra otimismo sobre o futuro das relações com os Estados Unidos e espera encontrar-se em breve com o presidente Trump na Casa Branca. Esta aliança pode ser estratégica para a Argentina, especialmente em um contexto de "tarifaços" impostos por Trump a outros países.
O economista Marcelo Elizondo afirmou que a amizade entre Milei e Trump "ajuda e muito" e que produtos argentinos poderiam se tornar mais competitivos do que alguns produtos brasileiros no mercado norte-americano. Este cenário sugere um fortalecimento econômico para a Argentina em detrimento de possíveis oportunidades perdidas pelo Brasil.
Além do cenário político-econômico, o comércio entre Brasil e Argentina também mostra sinais de intensificação. Nos últimos meses, o Brasil aumentou em 50% suas exportações para a Argentina em comparação com o mesmo período do ano anterior. A carne bovina é um exemplo destacado, com exportações que saltaram de 24 toneladas por mês para cerca de 1000 toneladas mensais.
Nos sete meses de 2025, os embarques brasileiros de carne bovina para a Argentina somaram 6,2 mil toneladas — um ano antes haviam alcançado 146,4 toneladas. Segundo dados oficiais da Argentina, muitas das hamburguerias em Buenos Aires já utilizam carne bovina brasileira, refletindo esse aumento significativo nas exportações.
De acordo com dados do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar argentino (Senasa), o rebanho de bovinos do país apresentou queda de 5% entre os anos de 2017 e 2024, para 51,62 milhões de cabeças, reflexo tanto de problemas climáticos quanto de crises econômicas na Argentina.