O Governo do Brasil anunciou nesta segunda-feira (15) o lançamento do Deter Não Floresta (Deter NF), desenvolvido em parceria entre o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
A ferramenta amplia a política de prevenção e combate ao desmatamento ao permitir o monitoramento diário de áreas não florestais na Amazônia.
Tradicionalmente voltado ao corte raso em florestas primárias, o sistema passa a emitir alertas também sobre alterações em campos naturais, savanas e áreas de transição, que representam cerca de 20% do bioma. Utilizando inteligência artificial e imagens de satélite, o Deter NF identifica sinais de degradação provocados por desmatamento, mineração, queimadas ou outras atividades irregulares.
Os alertas são publicados na plataforma TerraBrasilis, com acesso público e gratuito. O objetivo é fornecer informações em tempo quase real para órgãos de fiscalização, como o Ibama e polícias ambientais estaduais, cobrindo 100% da Amazônia Legal.
Segundo o secretário extraordinário de Controle do Desmatamento do MMA, André Lima, a iniciativa fecha uma lacuna histórica no monitoramento.
“Onde antes tínhamos um vazio de informação diária, agora temos transparência e agilidade. Isso democratiza o acesso à informação e fortalece imensamente a ação do Estado”, disse.
De acordo com o Inpe, o Deter NF é resultado de anos de pesquisa em processamento de imagens e uso de inteligência artificial. A meta é expandir o sistema para outros biomas ainda sem cobertura diária, como Mata Atlântica, Caatinga e Pampa.
Os dados de agosto mostram que os alertas de supressão de vegetação caíram 36,6% na Amazônia Florestal em comparação ao mesmo mês de 2024. No Cerrado, a queda foi de 27,3% e, no Pantanal, de 16,8%. Apenas nas áreas não florestais da Amazônia houve aumento de 8%.