Sistema Plantio Direto (SPD), como ferramenta fundamental
na mitigação e adaptação às mudanças climáticas, foi tema de evento ocorrido em
Brasília (DF), nesta segunda-feira (10). Promovido pelo Ministério da
Agricultura e Pecuária (Mapa), em parceria com a Federação Brasileira do
Sistema de Plantio Direto, o encontro trouxe, a partir do Projeto SPD Agro+, as
políticas públicas, inovações científicas e práticas agrícolas sustentáveis que
impulsionam a produtividade e reduzem os impactos ambientais da produção
agropecuária no Brasil.
Na oportunidade, gestores públicos, especialistas e representantes
do setor agropecuário puderam discutir a importância da criação de mecanismos
de fomento que venham possibilitar a adoção do SPD pelos produtores rurais.
Prática que permite maior eficiência e sustentabilidade de toda a cadeia
produtiva.
Em sua fala, o secretário de Inovação, Desenvolvimento
Sustentável, Irrigação e Cooperativismo do Mapa, Pedro Neto, destacou os
desafios do Mapa em auxiliar o produtor rural na evolução para uma produção
cada vez mais sustentável por meio da ciência e da inovação. Ressaltou, ainda,
o elevado grau de empreendedorismo e profissionalismo do produtor brasileiro e
sua capacidade de colaborar com as metas nacionais de enfrentamento as questões
climáticas.
“Cada meta por nós apresentada vem acompanhada de um pacote
de como fazer, dando ao produtores rurais condições de entender, decidir e
implementar práticas mais sustentáveis, como o SPD, que é parte fundamental de
um conjunto de tecnologias de produção que compõe o plano setorial para
Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono (ABC+) da agropecuária
brasileira”.
A presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), Silvia Massruhá, parabenizou a Federação e o Mapa pela iniciativa,
destacando a importância do plantio direto para o desenvolvimento sustentável
da agricultura tropical. “Quando começarmos a discutir o plano ABC, vimos no
plantio direto a tecnologia que mais poderia ajudar na preservação do solo e
com a rotação de culturas. Dados de monitoramento mostram que, nos últimos
anos, já recuperamos 4.200 projetos utilizando o SPD, o que os permite termos
de duas a três safras na mesma área, contribuindo com a expansão da agricultura
brasileira. Em 50 anos multiplicamos por cinco sua produtividade, mostrando a
importância da ciência e da tecnologia para o avanço do setor”, completou.
“Estamos aqui, junto com o Ministério de Agricultura, para
fazer uma entrega desse grande projeto, que foi iniciado há cerca de sete anos
e cujo a semente nasceu na cabeça eminente do professor Dr. Rathalol, junto com
o professor Juca, lá na Ohio State University, quando pensaram em mostrar o
quanto o SPD poderia contribuir para mitigar os efeitos climáticos na nossa
agricultura. E é uma alegria para nós, hoje, vemos que essa ideia se tornou
base para uma verdadeira agricultura sustentável, com o Projeto SPD Agro+”,
afirmou o presidente da Federação do Plantio Direto, Jonadan Ma.
Programação
Pela manhã os participantes puderam debater temas como:
Restauração do Solo Segurança Alimentar e Mitigação das Mudanças Climáticas;
Sistemas de plantio direto restaurando o carbono orgânico do solo e a
sustentabilidade ambiental em biomas brasileiros; e Avanços, Desafios e
Oportunidades de Sistemas de Produção com Baixa Emissão de Carbono.
À tarde, prosseguindo com a programação, foram apresentados
o Projeto SPD Agro+, os índices de qualidade de boas práticas agrícolas e os
indicadores de saúde do solo no Cerrado e Mata Atlântica.
Participaram do evento o diretor da Política de Mitigação e
Instrumentos de Implementação do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima
e coordenador do Plano Clima, Aloísio de Mello, o assessor especial do Mapa,
Carlos Ernesto Augustin, o diretor de Produção Sustentável e Irrigação da SDI,
Bruno Brasil, os Professores Rattan Lal e João Carlos de Moraes (Juca),
especialistas no tema.
Plantio direto
O Sistema de Plantio Direto (SPD) é uma técnica
conservacionista que se baseia em não revolver o solo, manter a cobertura morta
no solo, rotar as culturas, deixar resíduos de vegetais na superfície,
depositar sementes e fertilizantes em sulcos estreitos. Trata-se de um método
de cultivo que visa aumentar a produtividade agrícola enquanto conserva o solo,
auxiliando na preservação ambiental.