A produção brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas
deve alcançar 323,8 milhões de toneladas em 2025, segundo a estimativa de
fevereiro do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgada
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse volume
representa um crescimento de 10,6% em relação à safra de 2024, o que equivale a
um aumento de 31,1 milhões de toneladas.
No entanto, em comparação com a previsão de janeiro deste
ano, houve um ajuste para baixo de 1,6 milhão de toneladas (-0,5%). A área a
ser colhida também apresenta expansão, chegando a 81 milhões de hectares, um
crescimento de 2,4% em relação ao ano anterior.
Destaques da produção
Algodão e soja devem atingir volumes recordes. A produção de
algodão está estimada em 9 milhões de toneladas, um aumento de 1,8% em relação
a 2024. Já a soja deve alcançar 164,4 milhões de toneladas, um crescimento de
13,4% na comparação anual. Porém, devido à seca no Rio Grande do Sul, a
projeção para a soja caiu 1,3% em relação à estimativa de janeiro.
O milho também segue com forte desempenho. A produção total
do grão deve atingir 124,8 milhões de toneladas, crescimento de 8,8% em relação
ao volume colhido em 2024. Em relação a janeiro, a alta foi de 0,5%.
Variações por cultura
Entre as culturas que tiveram aumento nas projeções de
fevereiro, destacam-se:
Café canephora (+1,5%)
Aveia (+1,2%)
Arroz (+0,7%)
Milho segunda safra (+0,6%)
Por outro lado, algumas culturas apresentaram redução nas
estimativas:
Batata primeira safra (-4,8%)
Feijão primeira safra (-1,9%)
Uva (-1,7%)
Sorgo (-1,6%)
Soja (-1,3%)
O gerente da pesquisa, Carlos Barradas, explicou que a queda
na estimativa da soja foi consequência da estiagem no Rio Grande do Sul.
Desempenho regional
As cinco regiões brasileiras devem registrar crescimento na
produção de grãos em 2025. O Centro-Oeste se mantém como principal polo
agrícola do país, com 49,4% da produção nacional, seguido pelo Sul (27%),
Sudeste (9%), Nordeste (8,8%) e Norte (5,8%).
Entre os estados, Mato Grosso lidera a produção nacional,
com 29,8% do total, seguido por Paraná (13,6%), Goiás (11,5%), Rio Grande do
Sul (11,4%), Mato Grosso do Sul (7,9%) e Minas Gerais (5,6%).
Apesar do crescimento geral, o Rio Grande do Sul teve a maior
queda absoluta na estimativa de produção, com redução de 3,2 milhões de
toneladas, impactado pela seca.
A pesquisa do LSPA, implantada em 1972, acompanha
mensalmente a evolução das safras no país e fornece estimativas detalhadas
sobre a área plantada, colhida e a produtividade das principais culturas
agrícolas.