Os produtores de coco na Bahia devem enfrentar problemas futuros devido às tarifas impostas pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros. Isso porque a água de coco é um dos produtos exportados aos americanos e que continua taxado.
No campo, a situação também está difícil, já que nos últimos 10 anos, a produção foi reduzida em 40%. Muitos desses produtores são agricultores familiares, e parte significativa das plantações de coqueiros foi substituída por laranjas. Além disso, grande parte da água utilizada na região agora é destinada principalmente para o mercado americano, com o Brasil exportando aproximadamente 52 milhões de litros, dos quais 93% foram para os Estados Unidos até o mês passado.
A produção de coco, idealmente favorecida por um céu fechado que promove chuvas regulares, agora enfrenta incertezas devido ao tarifaço, uma instabilidade que pode prejudicar severamente o setor. A perda anual estimada por causa dessa questão pode chegar a R$ 116 milhões, ameaçando até 97 mil empregos diretos e indiretos na cadeia produtiva. Um complicador adicional é a falta de um acordo comercial com a Europa, que impõe uma taxa de 19% sobre produtos brasileiros, enquanto produtos de países asiáticos entram no continente com taxa zero.
O presidente Lula destacou a importância de abrir novos mercados e afirmou que o governo federal "vai negociar com os americanos". "Nós não vamos deixar as nossas empresas morrerem", declarou, enfatizando a necessidade de diversificar os mercados de exportação para países como Índia, Rússia e Alemanha.
Em resposta às dificuldades enfrentadas pelos empresários, o governo anunciou um pacote de medidas que inclui o adiamento dos impostos e compras públicas, que são benéficas de maneira geral. No entanto, os empréstimos oferecidos como parte desse pacote podem não ser atraentes para todos, especialmente em um período de incertezas econômicas. Se o faturamento total de uma empresa é muito alto, assumir mais dívidas pode não ser vantajoso, a menos que não existam outras opções para colocar seus produtos no mercado.
Além da agricultura, a indústria têxtil também sofre com taxações adicionais, onde mais de 80% dos produtos vendidos para os Estados Unidos foram taxados em 50%. A necessidade de uma resolução rápida é crítica para que as empresas possam suportar esse impacto inicial, conforme alertou o superintendente da associação brasileira do setor, em entrevista à Rádio Bandeirantes.