Todos os locais
Todos os locais
Brasil e mundo
Brasil

Apostadores destinam até R$ 30 bi por mês a bets, informa BC

Presidente Galípolo e técnicos falaram à CPI no Senado
08 abr 2025 às 20:47
Por: Agência Brasil
Lula Marques/Agência Brasil

A regulamentação das apostas online não inibiu o interesse do brasileiro pelos jogos de azar. De janeiro a março, os apostadores destinaram até R$ 30 bilhões por mês às bets, disse nesta terça-feira (8) o secretário-executivo do Banco Central (BC), Rogério Lucca. Ele e o presidente do órgão, Gabriel Galípolo, falaram à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets do Senado.


Segundo Lucca, no ano passado, quando o mercado ainda não estava regulado, o BC tinha estimado em torno de R$ 20 bilhões por mês o fluxo gasto com apostas eletrônicas. Com a atualização dos dados após a regulação, que entrou em vigor em 1º de janeiro, o BC constatou que o valor ficou um pouco superior, entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões.


“A gente chegou à época [no ano passado] a um valor médio mensal de R$ 20 bilhões de fluxo para esses sites. Durante este ano, de janeiro a março, o valor que a gente acompanha para efeito de atividade gira em torno de R$ 20 bilhões a R$ 30 bilhões por mês, ratificando o que a gente tinha estimado no fim do ano passado”, disse Lucca.


O acompanhamento tornou-se mais efetivo após as bets legalizadas serem obrigadas a registrar uma conta bancária com uma Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) específica. O BC esclareceu que os dados são apenas para consumo interno e não serão divulgados periodicamente.


Quase todo o valor gasto é distribuído aos ganhadores, mas os números divergem entre o Ministério da Fazenda e o Banco Central. Segundo Galípolo, a Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA), ligada à Fazenda, tem registrado retorno de 93% a 94% do valor desembolsado pelos apostadores em prêmios. Em relatório preliminar divulgado no ano passado, o BC tinha calculado em 85% o retorno médio em prêmios.

Outras notícias

Terremoto de 6,5 graus atinge sul das Ilhas Fiji

Prazo para pedir isenção da inscrição no Enem começa nesta segunda

Ataque russo mata mais de 30 pessoas no norte da Ucrânia, dizem autoridades


Sem poder de fiscalização


O presidente do BC esclareceu que o órgão pode apenas compilar estatísticas e não tem competência legal para fiscalizar, supervisionar ou aplicar sanções, como o bloqueio de transações de bets não autorizadas a funcionar no Brasil. Ele esclareceu que a autoridade monetária só pode tomar essas medidas caso seja notificada pela SPA.


"A Secretaria de Prêmios de Apostas é quem define a bet que está autorizada ou não. O Banco Central, uma vez informado pela SPA, vai dizer para a instituição financeira: 'você tem aí empresas para observar nos seus procedimentos e, a partir de agora, não autorizar mais.' Não é o Banco Central que interrompe uma transação. A partir daí, é a própria instituição financeira que interrompe”, explicou Galípolo.


O presidente do BC esclareceu que, além da elaboração de estatísticas, o trabalho do BC em relação às bets resume-se à prevenção à lavagem de dinheiro e ao combate ao terrorismo, atividade para a qual a autoridade monetária tem competência legal. Nesses casos, as instituições financeiras têm de avisar o BC, que repassa as movimentações suspeitas ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), ao Ministério Público e à Polícia Federal.


“Não posso nem deixar minhas prerrogativas serem invadidas nem invadir as prerrogativas de outros entes”, justificou Galípolo.


Sigilo bancário


Apesar do pedido de vários senadores, Galípolo informou que, por causa das obrigações legais para proteger os dados pessoais e o sigilo bancário, o BC não pode bloquear o Pix de apostadores que recebem o Bolsa Família. Segundo ele, o órgão também não tem poder para bloquear as chaves Pix das bets que recebem os recursos do programa social.


Na primeira semana como presidente do BC, Galípolo tinha se comprometido a colaborar com o Tribunal de Contas da União (TCU) e a fornecer informações sobre o Pix de beneficiários do Bolsa Família que apostam em bets.


O único dado que o presidente do BC adiantou foi o de que apostadores online têm risco de crédito (chances de dar calote em empréstimos) bastante superior ao dos não apostadores. Segundo Galípolo, os bancos já percebem o risco maior e cobram juros mais altos desses clientes.


Galípolo e o técnico do BC prestaram depoimento a convite do presidente da comissão, senador Dr. Hiran (PP-RR). Instalada em novembro no Senado, a CPI das Bets pretende investigar o impacto das apostas eletrônicas no orçamento das famílias brasileiras e no sistema financeiro, além da possível associação com organizações criminosas. A relatora é a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), autora do requerimento da CPI.

Veja também

Relacionadas

Brasil
Imagem de destaque

Bolsonaro passa por cirurgia no intestino neste domingo

Brasil e mundo
Imagem de destaque

Papa Francisco participa de missa do Domingo de Ramos sem auxílio de oxigênio

Brasil e mundo

Idade para aposentadoria de mulheres policiais pode ser mudada

Brasil e mundo

Homem arranca dedo de namorada com mordida durante briga

Mais Lidas

Cidade
Londrina e região

Motociclista atingida por carro na Rua Humaitá morre na Santa Casa de Londrina

Cidade
Londrina e região

Dois homens morrem em confronto com a Polícia Militar na BR-369, em Cambé

Cidade
Cascavel e região

Briga na região central de Cascavel acaba com homem e mulher feridos

Cidade
Londrina e região

Novos radares de Cambé registram mais de 1.700 autuações nos primeiros dias de operação

Cidade
Cascavel e região

Caminhão e automóvel se envolvem em grave acidente em Guaraniaçu

Podcasts

CULINÁRIA

Podcast Tá no Pod ExpoLondrina 2025 | EP 11 | André Conceitino, o senhor churrasco

AGRONEGÓCIO

Podcast Tá no Pod ExpoLondrina 2025 | EP 10 | Marcelo El-Kadre, presidente da Sociedade Rural

EXPOLONDRINA

Podcast Tá no Pod ExpoLondrina 2025 | EP 9 | A Sociedade Rural do Paraná e o agronegócio

Tarobá © 2024 - Todos os direitos reservados.