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Caso Vitória: certidão de óbito mostra anemia hemorrágica traumática

O laudo do Instituto Médico Legal revela detalhes da brutalidade do assassinato
17 mar 2025 às 08:33
Por: Band

O caso ainda levanta mais perguntas do que respostas. Vitória Regina de Souza, de 17 anos, teve a vida interrompida de forma violenta. E agora o laudo do Instituto Médico Legal revela detalhes da brutalidade do assassinato. 



A certidão de óbito aponta anemia hemorrágica traumática, perda severa de sangue e hemotórax, que é sangue acumulado dentro do tórax sufocando a vítima.


O documento também indica a ruptura da aorta ascendente. A principal artéria do corpo se rompeu com a violência do ataque. E o agente perfuro cortante aponta para ferimentos causados por um objeto afiado: uma faca.


Toda essa história tem alguns suspeitos bem próximos à vítima. Um deles, o principal, está preso. A Polícia Civil tem certeza de que Maicol Antônio Sales, de 27 anos, é o responsável pela morte da jovem. Além do encontro de sangue na casa dele e no tapete do Corolla prata. A tecnologia ajudou a reforçar essa tese.


Um equipamento de origem israelense, o Cellebrite, conseguiu recuperar arquivos apagados do celular de Maicol. Entre eles, fotos de Vitória e de outras jovens com características físicas semelhantes. Para a investigação, isso pode indicar uma fixação do suspeito na vítima e reforçar a suspeita de um crime premeditado.

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E um novo elemento surge na investigação. O mecânico do pai de Vitória também fazia serviços para Maicol. No dia do desaparecimento da jovem, o carro do pai dela estava na oficina. O suspeito pode ter visto o veículo na mecânica ou até mesmo ter obtido informações sobre ele estar danificado. E exatamente isso pode ter sido um gatilho para o crime


Outra peça desse quebra-cabeça é o depoimento de um homem apontado como melhor amigo de Maicol. Ele compareceu à delegacia, mas estava embriagado. Por isso as declarações não foram colhidas. A polícia aguarda um novo depoimento dele na segunda-feira.


Algumas respostas podem estar nos laboratórios da polícia técnico-científica. Os peritos analisam o sangue encontrado na casa de Maicol, que pode ter sido usada como cativeiro e no tapete do Corolla prata.


Também são analisados fios de cabelo achados no carro do suspeito e na mata onde o corpo foi deixado. Durante a semana, Maicol foi ao IML para exame de DNA e coleta de impressões digitais. 



Entenda



O que aconteceu?


A Vitória trabalhava em um shopping da região e desapareceu na noite de 26 de fevereiro, quando voltava para casa após o expediente. Imagens de câmeras de segurança mostram Vitória caminhando em direção a um ponto de ônibus –  trajeto que costumava fazer diariamente. 


Dois homens em um carro pararam brevemente para conversar com ela. Desconfiada da abordagem, a jovem enviou mensagens para uma amiga, expressando seu desconforto com a atitude da dupla. 

Enquanto ela ainda estava no local, outros dois homens chegaram ao ponto e também permaneceram ali. Os três embarcaram no ônibus, mas, segundo Vitória, eles teriam descido antes dela.


De acordo com o  depoimento do motorista do ônibus, ela desceu sozinha no mesmo local de sempre, em uma estrada de terra do bairro Ponunduva, região de chácaras onde vivia com a família. Esse foi o último lugar onde foi vista.

Quando Vitória foi encontrada?

O corpo de Vitória foi encontrado na tarde de quarta-feira (5) em uma área de mata fechada em Cajamar, a cerca de 5 quilômetros de sua casa, já em estado avançado de decomposição. Ela foi identificada pelos familiares através de uma tatuagem de borboleta na perna e um piercing no umbigo.


O corpo foi encaminhado ao IML de São Paulo, onde exames revelaram sinais de tortura e indentificou marcas de facadas no pescoço, rosto e tórax, tido como o ferimento fatal. A Polícia não divulgou informações sobre possíveis sinais de abuso sexual.


O delegado do caso, Aldo Galeano, disse ao Brasil Urgente que a garota estava com o cabelo raspado, degolada e apresentava vestígios de sacos plásticos nas pontas dos dedos, o que indicaria uma tentativa dos envolvidos de se protegerem contra possíveis arranhões, uma vez que isso poderia deixar material genético dos criminosos nas unhas da vítima.


Galeano acredita que, dada a crueldade do crime, seria pouco provável o envolvimento de uma única pessoa. O fato da jovem ter tido seu cabelo raspado também indica que o crime tenha acontecido por vingança, padrão frequentemente visto em casos de envolvimento passional com alguma pessoa ligada ao crime organizado.


A Polícia também acredita que o local onde Vitória foi encontrada não é o mesmo onde o crime aconteceu. Pelo nível de decomposição do corpo, estima-se que ela tenha sido morta no fim de semana e seu corpo estivesse no local há pelo menos quatro dias.

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