Criado para atender pessoas em situação de rua, o Centro Pop de Cascavel tem sido palco de debates sobre segurança e acessibilidade. Instalado na Rua Sargento José Bernardo da Rosa, no bairro Santa Felicidade, o serviço de média complexidade oferece alimentação, banhos e lavanderia para cerca de 40 pessoas diariamente. No entanto, a localização tem sido alvo de críticas, tanto pela dificuldade de acesso quanto pelas constantes reclamações de moradores da região.
O atendimento funciona das 7h às 19h e, segundo a Secretaria de Assistência Social, a maioria dos usuários vem de outras cidades. Um dos frequentadores, que não será identificado, vive há três anos em Cascavel após sair de Medianeira. Ele conta que o vício em álcool o impede de deixar as ruas. Situações como essa são comuns no local, onde muitos chegam por meio de abordagens sociais, denúncias ou pedidos diretos.
A segurança no entorno do Centro Pop também é um fator de preocupação. A equipe do serviço relata já ter encontrado facões, facas e outros objetos perfurocortantes durante as revistas realizadas na entrada do espaço. Além disso, há uma alta rotatividade de usuários, com muitos retornando frequentemente mesmo após tentativas de encaminhamento para outros serviços. Um exemplo é uma mulher que foi abordada na segunda-feira em situação de vulnerabilidade devido ao uso de drogas e, apenas dois dias depois, voltou ao local com a tornozeleira eletrônica desligada e diversas passagens pela polícia.
Antes da mudança para o bairro Santa Felicidade, o Centro Pop atendia um número três vezes maior de pessoas. Contudo, a localização afastada reduziu a demanda. Agora, a própria Secretaria de Assistência Social reconhece que o serviço precisa ser transferido para outro ponto da cidade, que ofereça melhor acessibilidade sem comprometer a segurança da população local.
Moradores relatam medo e indignação com a situação. Enquanto a equipe de reportagem esteve no local, um homem saiu do matagal próximo ao Centro Pop e abordou os jornalistas pedindo cigarro. Para comerciantes e vizinhos, o problema se agrava com a proximidade de um Centro Municipal de Educação Infantil, tornando a situação insustentável.
A discussão sobre a mudança do Centro Pop já ocorre nos bastidores da administração municipal. Entretanto, ainda não há uma definição de um novo endereço para o serviço, que segue operando em meio a críticas e desafios.
