A situação dos abrigos de ponto de ônibus em Cascavel segue sendo uma novela sem fim. Após inúmeros problemas no antigo contrato, que foi encerrado no fim do ano passado, a Prefeitura informou que prepara uma nova licitação. No entanto, o processo ainda não tem sequer uma data definida para acontecer, o que prolonga ainda mais a espera da população.
Enquanto isso, o cenário nas ruas é de contraste e precariedade. Cascavel conta com abrigos novos, estruturas antigas e, em muitos locais, apenas uma plaquinha marca o ponto de parada do transporte coletivo. É o caso do ponto no bairro Quebec, onde Seo João espera o ônibus diariamente sob uma cobertura velha e com um banco improvisado.
O contrato anterior, firmado em 2020, passou por 16 prorrogações e acabou sendo rescindido após alcançar um custo final de R$ 17 milhões — valor superior aos R$ 13 milhões inicialmente previstos. O acordo incluía a instalação completa dos abrigos, com base de concreto, calçadas e rampas de acessibilidade. Os valores por ponto variavam entre R$ 17 mil e R$ 22 mil, conforme a complexidade da obra.
A empresa responsável conseguiu construir 689 estruturas, mas o número está longe de atender a demanda total do município, que ainda possui um déficit de mais de 700 abrigos. A nova licitação deverá prever a continuidade do projeto, mas sem prazos definidos, a população continua sem resposta.
Além da falta de estruturas, os pontos que já existem sofrem com a deterioração provocada pelo tempo e pelo vandalismo. Vidros quebrados, lixeiras danificadas e ausência de manutenção são comuns em diversas regiões da cidade. Para a recuperação desses abrigos, será necessário abrir um novo processo licitatório, o que deve atrasar ainda mais a resolução definitiva do problema.