A falta de energia elétrica tem sido um dos principais assuntos em debate no Paraná, com queixas generalizadas por todo o estado. O setor produtivo, de norte a sul, tem sofrido enormemente com as recorrentes quedas no fornecimento de energia, que têm causado prejuízos financeiros e psicológicos, afetando tanto o campo quanto a cidade. Mesmo com o auxílio de geradores, os danos não têm sido evitados, e as consequências são graves.
As indústrias avançaram em tecnologia, e as propriedades rurais intensificaram a produção, mas a Companhia Paranaense de Energia (Copel) não tem conseguido acompanhar o ritmo do desenvolvimento. A situação tem sido crítica, com muitos produtores enfrentando perdas imensas na produção, especialmente no setor rural. No perímetro urbano, empresas precisaram até alterar turnos para conseguir colocar as máquinas em funcionamento, e a insatisfação tem sido crescente.
Em Sulina, na região sudoeste, a produtora Rúbia tem enfrentado sérias dificuldades com a produção aviária, com perdas significativas que nem mesmo os geradores têm conseguido amenizar. A cidade tem registrado interrupções e oscilações constantes na energia elétrica, o que tem afetado diretamente os produtores. A Associação de Avicultores de Sulina já solicitou à Copel a resolução do problema, mas até o momento não obteve respostas. Agora, o próximo passo será fortalecer o pedido com o apoio da câmara de vereadores, do poder público e da comunidade local.
No oeste do estado, em Palotina, a situação é semelhante. As quedas de energia têm atingido toda a cadeia produtiva, desestimulando os produtores que gastam grande parte de seus lucros com óleo diesel para manter os geradores funcionando. O Sindicato Rural de Palotina tem lutado por soluções e, recentemente, representantes da Copel se reuniram com a comunidade local para discutir os problemas enfrentados não apenas no município, mas em toda a região.
O problema também foi discutido na Assembleia Legislativa do Paraná, onde o Bloco da Agricultura Familiar reconheceu os impactos da falta de energia na produção agrícola e na qualidade de vida dos agricultores. Uma comissão foi formada durante a reunião, e um ofício com todos os problemas registrados foi entregue à Copel.
A Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) também está acompanhando a situação, destacando que o crescimento do estado não tem sido acompanhado pela expansão das redes de energia, resultando nas frequentes quedas.
Procurada, a Copel explicou que muitos dos casos de queda de energia são causados por árvores que atingem a rede elétrica e que a empresa tem realizado ações para minimizar os impactos. Além disso, a companhia orientou os produtores sobre o uso adequado de geradores durante as interrupções de fornecimento.
No entanto, cientes de que as perdas são cada vez mais frequentes e os prejuízos se acumulam, os produtores e empresários não buscam apenas explicações, mas uma solução definitiva para o problema da falta de energia no estado.