A expressão “prende e solta” tem gerado indignação na população, especialmente após a recente fala do Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, que afirmou que “a polícia prende mal e o Judiciário é obrigado a soltar”. A declaração, feita durante um evento em Brasília na última quarta-feira, rapidamente repercutiu e gerou protestos entre as instituições policiais brasileiras.
Em nota, a Associação dos Delegados de Polícia do Paraná (Adepol) criticou a fala do ministro, apontando falta de conhecimento sobre o trabalho das forças policiais e desrespeito aos profissionais que arriscam suas vidas para combater o crime. A Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal também se manifestou, destacando que a declaração desrespeita a polícia judiciária e prejudica a integração do sistema de justiça criminal.
A Secretaria de Estado de Segurança Pública do Paraná, por sua vez, expressou apoio às forças policiais, ressaltando que, nos últimos anos, o estado tem registrado os menores índices de criminalidade da história, resultado de políticas de segurança pública eficazes e investimentos nas forças de segurança.
Nas ruas, a população compartilha a mesma insatisfação. Empresárias que foram vítimas de furtos e roubos relatam o trauma causado pela criminalidade, e a sensação de impunidade é visível. Nos últimos dias, a equipe da Tarobá flagrou um homem traficando na Avenida Brasil, usando tornozeleira eletrônica, evidenciando o problema da reincidência criminal. Casos como este têm sido recorrentes, com criminosos com passagens pela polícia voltando às ruas rapidamente.
Embora as forças de segurança atuem intensamente no combate ao crime, com operações semanais como a realizada pelo Grupo de Diligências Especiais, a impressão de ineficácia da justiça continua. Recentemente, um homem com uma vasta ficha criminal foi identificado em imagens durante um roubo a uma transportadora, mas o mandado de prisão não foi expedido. Em outro caso, um homem preso por tráfico de drogas e porte ilegal de arma foi liberado, mesmo sem passar pela audiência de custódia, após a decisão de que, por ser primário, não justificaria a manutenção da prisão cautelar.
A falta de respostas claras e rápidas tem causado um crescente descontentamento da população, que acredita cada vez menos na eficácia do sistema judiciário brasileiro. Enquanto isso, a insegurança continua a ser um dos maiores desafios enfrentados pela sociedade.