Nos últimos dias, o cenário das Cataratas do Iguaçu tem chamado atenção por sua intensidade e volume de água diferentes do habitual.
Na última semana, a vazão das Cataratas do Iguaçu variou entre 3 e 5 milhões de litros de água por segundo. Quem enfrenta o frio e se aproxima das quedas não se arrepende do espetáculo proporcionado pela força e som das águas.
A média normal de vazão costuma ser de 1,5 milhão de litros por segundo, mas em períodos de cheia, essa força se multiplica. Nos últimos dois anos, não foram raras as vezes em que o volume das quedas ultrapassou os níveis habituais.
Em maio de 2024, o volume registrado chegou a 8,39 milhões de litros por segundo. Em dezembro de 2023, o número foi próximo de 8 milhões. Já em outubro de 2023, foi registrada uma das maiores vazões históricas: 24 milhões de litros por segundo, a terceira maior da série histórica.
O maior volume já registrado aconteceu em 2014, com impressionantes 46,3 milhões de litros por segundo. O segundo lugar do ranking histórico é de 1983, com 35 milhões de litros.
Ao contrário do que muitos pensam, a chuva local em Foz do Iguaçu não determina sozinha esse fenômeno. A força que alimenta as cataratas começa na nascente do Rio Iguaçu, próximo a Curitiba, a mais de 700 quilômetros de distância.
O rio atravessa o Paraná de leste a oeste, recebendo afluentes e chuvas ao longo da bacia hidrográfica. Quando todo esse volume se encontra, ele desemboca nas Cataratas, causando o espetáculo.
O tempo que a água leva para chegar até as quedas depende de vários fatores, como rota, solo e a presença das seis usinas hidrelétricas ao longo do rio. Essas usinas controlam o fluxo por meio da abertura ou fechamento das comportas, liberando mais água quando necessário.
A cada visita, as Cataratas do Iguaçu apresentam uma nova versão de si mesmas: mais suaves em dias calmos, e furiosas em períodos de cheia. Até mesmo os paredões de pedra ganham destaque durante a estiagem, quando o volume de água diminui.
Para os visitantes, o importante é estar presente no momento certo, acompanhando o ritmo e a força da natureza. Quando a vazão aumenta, o barulho das quedas torna-se ensurdecedor, a névoa sobe como fumaça mágica e a água parece dançar ao som da própria força.
As Cataratas do Iguaçu falam por si só, em várias línguas, transmitindo toda a grandiosidade dessa maravilha natural.