Uma mulher procurou a produção da Tarobá para fazer uma nova denúncia contra um médico londrinense por importunação sexual. O neurocirurgião foi preso em flagrante na última segunda-feira (14), suspeito de cometer o mesmo crime contra uma outra mulher, de 48 anos, em um dos quartos da Santa Casa de Londrina, enquanto ambos acompanhavam pacientes.
De acordo com a nova denunciante, o crime teria ocorrido há 11 anos, quando crises de pânico e depressão a levaram a procurar o neurologista. Na primeira consulta, a mulher disse estar acompanhada da irmã. Porém, após avaliar alguns exames, o médico pediu para realizar alguns procedimentos em outra sala, onde ela ficou sozinha com ele. “Eu estava com uma camisa, ele foi abrindo a minha camisa e eu questionei o motivo. Não tinha necessidade. Aí ele falou que, se abrisse, conseguiria escutar melhor, para ouvir meu coração. Quando ele começou a fazer isso, eu comecei a chorar. Ele abriu minha blusa e começou a passar a mão no meu seio. Fiquei sem reação”, relembra a vítima.
A mulher conta que, na época, estava muito fragilizada pelos problemas que enfrentava e que não compreendeu, de imediato, o que realmente havia acontecido.
O médico, Pedro Garcia Lopes, de 81 anos, é o mesmo que foi preso no início da semana, suspeito de ter importunado sexualmente uma paciente de 48 anos em um dos quartos da Santa Casa de Londrina. Segundo o boletim de ocorrência, a vítima teria sido chamada pelo médico e, ao perguntar se ele precisava de ajuda, sofreu o abuso. Em depoimento ao delegado de plantão, a mulher relatou os detalhes do que teria passado: “Ele me chamou e perguntou com quem eu estava. Eu falei que estava com o meu sogro. Aí ele disse que me conhecia de algum lugar, mas eu falei que achava que não. Então, ele puxou a minha blusa, me agarrou, me abraçou e falou: ‘gordinha, gostosa, eu quero te catar’. Eu o empurrei e perguntei se ele estava doido”.
Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, a família do suspeito comunicou às autoridades que ele foi diagnosticado com Alzheimer e que estaria em estágio inicial da doença. O delegado considerou que a versão apresentada pela vítima era coerente com as provas colhidas e, por isso, o neurocirurgião foi preso em flagrante.
Após passar por audiência de custódia, o neurocirurgião foi liberado pela Justiça na terça-feira (15) e está obrigado a manter uma distância de pelo menos duzentos metros da vítima, além de estar proibido de estabelecer qualquer tipo de contato com ela.
A nova vítima pede que outras mulheres que passaram por situações semelhantes também tenham coragem de denunciar.
A produção da Tarobá entrou em contato com a defesa do médico e aguarda retorno.