A jovem de 24 anos que matou o ex-marido de 22 anos na manhã desta quarta-feira (22), em Apucarana, foi liberada pela Polícia Civil e irá responder pelo crime em liberdade. A informação foi divulgada ao TNOnline pela advogada Fabiana Gonçalves, que representa a jovem, e confirmada pela delegada da Mulher, Luana Lopes.
O homicídio foi registrado no início desta manhã na Rua São José, no Núcleo Habitacional Dom Romeu Alberti. O homem foi identificado como Diogo Belai Ferreira. Segundo a Polícia Militar (PM), ele invadiu a residência onde mora a ex-companheira. Segundo testemunho da ex-mulher, ele teria começado a agredi-la. Em determinado momento, a mulher conseguiu pegar uma faca e o golpeou. De acordo com a Polícia Civil, ela esfaqueou o homem primeiro no peito e depois nas costas.
A delegada informou que a jovem se apresentou voluntariamente com a ligação feita à Polícia Militar (PM) e ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) após o crime. “Tendo em vista a apresentação voluntária dela, a gente não lavrou a prisão em flagrante. Ela foi ouvida, assim como os policiais militares (que estiveram na ocorrência). Vamos instaurar agora o procedimento por homicídio simples. Ela vai responder em liberdade e agora o procedimento vai ser encaminhado para a 17ª SDP. Vamos esperar as provas que estão sendo ainda produzidas, como os laudos do IML (Instituto Médico Legal), da Criminalística, enfim, para que posteriormente possa se chegar em uma conclusão do que efetivamente aconteceu", explicou a delegada.
A advogada Fabiana Gonçalves afirma que a mulher agiu em legítima de defesa. Segundo a defensora, a jovem foi ameaçada de morte e, por isso, reagiu.
"Ela (autora das facadas) está bastante abalada. Geralmente, nesses casos, a notícia é o inverso: geralmente quem estaria no IML agora seria a mulher. Nesse caso foi uma exceção. Ela se defendeu e utilizou os meios que teve ali no momento de defesa. Ela agiu em estrita legítima defesa no momento da agressão, porque estava na iminência de ser morta", diz Fabiana.
A advogada afirma que a mulher foi vítima de outros episódios de violência. "Inclusive, na última oportunidade, ela desmaiou de tanto que ele bateu nela e, então, comunicou o descumprimento da medida protetiva. Na época, a medida protetiva estava vigente, mas infelizmente é o nosso cenário. A cada seis minutos uma mulher morre de feminicídio no Brasil e essa é uma exceção que, pela consequência do momento que ela teve a oportunidade de se defender, conseguiu se salvar", diz.
Fabiana assinala ainda que a mulher está ferida e precisou de atendimento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA). "Ela está bastante machucada e, especialmente bastante abalada, porque eles têm uma filhinha desse relacionamento", conta, revelando que ela tem uma filha com o rapaz morto.
A advogada afirmou também que a delegada lembrou dos casos anteriores de violência doméstica envolvendo a mulher autora do crime. "A defesa da vítima mantém-se firme quanto à legítima defesa. No momento do ato ela só pensou em se defender e usou dos meios que ela tinha naquele momento afim de ver cessada a agressão, uma vez também que agiu moderadamente, não houve excesso em sua conduta", diz a advogada.