De janeiro até a primeira semana de junho, o serviço de saúde do Paraná registrou 831 atendimentos pelo Siate em decorrência de queimaduras. Nos hospitais, até abril, foram contabilizadas 615 internações por esse tipo de ocorrência, o que representa uma média de 153 casos por mês. Segundo dados do DataSUS, o Paraná somou 8.682 atendimentos relacionados a queimaduras em 2024.
Na tentativa de evitar que os números aumentem, especialmente no período das festas juninas — quando os casos tendem a crescer —, a Secretaria de Estado da Saúde e o Corpo de Bombeiros intensificaram os alertas sobre prevenção e cuidados para evitar acidentes.
Os acidentes com queimaduras são comuns nesta época do ano, especialmente durante atividades típicas como o uso de líquidos quentes, fogueiras e fogos de artifício. O tenente Alcir Lasta, do Corpo de Bombeiros, alerta para os riscos em torno das fogueiras:
"A fogueira precisa ter um isolamento adequado, dependendo do tamanho, evitando proximidade com fiações elétricas ou casas. Também é importante manter por perto água, mangueiras ou extintores de água e sempre ter alguém supervisionando o fogo", orienta.
As queimaduras também podem ocorrer durante o preparo e consumo de alimentos e bebidas quentes, mais frequentes no inverno. Cuidados simples podem evitar acidentes, como manter as crianças afastadas da cozinha e posicionar os cabos das panelas voltados para o interior do fogão.
"O manuseio de panelas deve ser feito com atenção e sempre fora do alcance das crianças", reforça Lasta.
Nos dias frios, o uso de aquecedores em locais fechados exige atenção redobrada. O tenente Eduardo Feza, também do Corpo de Bombeiros, explica:
"O risco está na liberação de monóxido de carbono, que pode substituir o oxigênio no ambiente, levando à intoxicação. Aquecedores e fogões devem estar sempre em locais bem ventilados", destaca.
Até mesmo no preparo de churrascos há riscos. Segundo Lasta, o uso de álcool líquido para acender o fogo deve ser evitado a todo custo.
"O álcool, inclusive em forma de vapor, é altamente inflamável e pode causar queimaduras graves", alerta.
Em caso de queimaduras, a orientação é acionar imediatamente o Corpo de Bombeiros para receber instruções de primeiros socorros.
"A primeira atitude deve ser resfriar a área atingida com água corrente por cerca de 10 minutos. Não se deve retirar a roupa colada à pele — apenas umedeça o tecido — pois há risco de a pele sair junto. Em seguida, busque atendimento médico o quanto antes", finaliza Lasta.