O protocolo para abertura da sindicância foi feito no dia 23 de abril. Após 40 dias, a comissão, formada por profissionais de diversas áreas, apresentou sugestões ao município para melhorar o processo de investigação de casos semelhantes.
A primeira sugestão, acatada pelo poder executivo, foi a abertura de um processo administrativo disciplinar para investigar a conduta da presidente da comissão interna que acompanhava o caso. Segundo o documento, é necessário analisar a possível negligência da servidora, que tinha em mãos todas as informações.
A secretária Beth Leal, em coletiva realizada hoje na Câmara de Cascavel, afirmou que a principal hipótese levantada para a demora é a negligência.
O caso veio à tona em 2025, após um agente de apoio da Secretaria de Educação ser condenado a 30 anos de prisão por abuso sexual cometido contra uma criança de 4 anos em um Centro de Educação Infantil. Porém, as primeiras denúncias de abuso haviam sido registradas em 2019, mas o funcionário só foi afastado em 2024, o que gerou revolta entre os pais.
Após a denúncia chegar ao município, uma comissão interna acompanhava o caso. A morosidade nesse procedimento impediu o afastamento imediato do servidor das atividades. Durante a investigação interna, o processo foi encaminhado à Corregedoria do município. A Comissão de Sindicância apontou que a falta de um corregedor prejudicou o andamento da investigação, por isso recomendou a nomeação imediata de um novo corregedor.
Beth Leal destacou que, com a recomendação da comissão, o prefeito Renato Silva já assinou o decreto para nomear uma nova corregedora que fará parte da equipe de controladoria, o que, segundo a secretária de Comunicação, facilita o acompanhamento de uma série de processos.
A sindicância também recomendou que todas as secretarias que tenham servidores respondendo a processos, especialmente em casos envolvendo crimes sexuais, mantenham atenção direta dos secretários durante a investigação. Além disso, pediu que o relatório da sindicância interna seja protocolado junto ao Ministério Público.
Os pais das vítimas e a comunidade escolar de Cascavel pedem a abertura de uma CPI. Sobre o tema, o presidente da Câmara, Tiago Almeida, informou que os vereadores devem reunir pelo menos sete assinaturas para abrir uma CPI e ressaltou que, sem isso, a abertura da comissão é impossível.